sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

O ensino e a Alemanha

Análise da educação é motivo de constantes reflexões na Alemanha, por parte dos governos, mas acima de tudo: dos cidadãos. Ser tachada como nação que tem o 12ª melhor nível educacional do mundo é motivo de preocupação por lá. O resultado é visto como vergonha internacional. Os dados são obtidos a partir do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que examina de três em três anos o nível educacional de jovens de 15 anos em 65 países.

Para melhorar os índices, reformas educacionais são amplamente discutidas no país de Goethe, Marx, Hegel e Weber. Por lá, diferente daqui, existe um entendimento de que a educação é única forma de atingir as metas individuais de cada cidadão, mas é também a única forma de manter a hegemonia política, econômica e social da Alemanha sobre a Europa e mesmo do mundo. A divulgação dos resultados do Pisa são matérias de capa no país germânico. Aqui viram notas em veículos de repercussão nacional. A Der Spiegel, a mais importante revista do país, chegou a ir para as ruas com a seguinte manchete na capa: "Os alunos alemães são burros?".

No país europeu o sistema escolar funciona da mesma forma há desde a época do império, no século 19. Nesse período foram modificadas apenas os nomes de suas instituições. Embora cada estado, chamado por lá de Bundesland possuí autonomia para legislar sobre a educação infantil até a universitária. De maneira geral, o aluno entra com seis anos de idade no ensino primário, chamado de Grundschule. Após quatro anos, o futuro dele começa a ser definido.

A divisão dos estudantes alemães depende do desempenho escolar, que determina a recomendação para um dos níveis seguintes: Hauptschule, que, a princípio, dura cinco anos; Realschule, de seis; ou o Gymnasium, que dura oito e permite ao estudante fazer o Abitur, uma espécie de prova final da educação básica e que dá a oportunidade de tentar uma vaga em uma universidade. O estudante que conclui a Hauptschule geralmente ingressa em escola vocacional, voltada a profissões que não requerem forte especialização.

Para tentar melhorar os índices no Pisa, se discute na Alemanha retardar a separação em níveis. A ideia do currículo mínimo, coisa que por aqui ainda é discutido há quase 20 anos, é fato superado no país germânico. Apesar de estar na legislação, nunca foi regulamentando. No Brasil, não se sabe em que ano uma criança deve criança deve dominar frações ou quando ela está apta a interpretar textos. Ou então fazemos países nórdicos em que a educação é algo transmitido sem pressão. Mas indiferente do modelo a ser seguido, é necessário estar previsto na legislação. De concreto a Alemanha já diminui o numero de alunos por sala de aula, agora ficam em torno de 25. Mesmo a Alemanha tendo “números tão ruins” no Pisa, é provável que o Brasil possa aprender com aquele sistema de ensino.

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