domingo, 24 de janeiro de 2016

Erva-mate e suas mais variadas apliações e utilizações

Apesar do consumo da erva-mate tradicional sob a forma de chimarrão e chá ainda ser a mais explorada, cresce a segmentação desse mercado. O próprio cultivo da erva-mate chamada de orgânica já agrega diferencial a produção e na qualidade do produto. Além das tradicionais destinações da erva-mate, a sua utilização na indústria de tintas e resinas, medicamentos, desinfetantes começa a crescer, mesmo que seja de forma tímida.  Em alguns municípios a planta virou ingrediente de refrigerante. O Instituto Federal de Santa Catarina campus Xanxerê desenvolveu barras de cereais de milho e erva mate. O objetivo foi valorizar as matérias-primas da região. Os produtos já foram registrados e agora o IFSC busca a patente. 

De olho no segmento de energéticos, startup catarinense lança produto fabricado à base de erva-mate e guaraná. A bebida é voltada a jovens de classe A e B. O energético não tem açúcar em acesso, tem produtos naturais e apresenta poucas calorias. O produto tem alta dosagem de cafeína, mas sem os ingredientes artificiais dos energéticos convencionais. 

Conforme o médico Oly Pedrinho Schwingel, que se dedica à medicina natural e ao estudo das plantas, a erva-mate é considerada um “alimento quase completo, pois contém a maioria dos nutrientes necessários para sustentar a vida”. Saúde comprovada em laboratório. Comprovação científica indica que a erva é rica em vitaminas, A, B1, B2, B6, C e E, proteínas e minerais como cálcio, potássio e magnésio. Quando consumida em forma de chá, ganha propriedades diuréticas, digestivas e estimulantes. Elimina estados depressivos, deixa o cérebro em alerta e ajuda a espantar a fadiga. É perfeita para aqueles momentos de cansaço e desânimo, pois contém cafeína. Também possui características antioxidantes, devido à presença de flavonóides. Outras pesquisas indicam que o chá da erva-mate é indicada sobretudo no combate ao colesterol e diabetes e no auxílio à redução dos efeitos do Mal de Alzeihmer. Pesquisadores descobriram ainda que a erva-mate tem um número de propriedades antioxidantes, superiores inclusive ao chá verde. Os antioxidantes combatem os radicais livres, que provocam o envelhecimento precoce. 

No mercado de cosméticos cresce a utilização da erva-mate como componentes que estimulam a hidratação e a circulação do corpo, o que melhora o tom da pele. Isso torna a erva-mate um dos melhores produtos para tratamentos de pele, seja no rosto ou no corpo inteiro. Além disso, a planta possui alto poder de cicatrização. Os antigos indicavam aplicar sobre a pele machucada o uso in natura da erva-mate. Os resultados sempre foram excelentes, o que desagradava era a “mancha verde” que ficava sob a região a ser curada. A partir disso, surgem cremes hidratantes para os pés, com ação cicatrizante e bactericida. Mais do que cicatrizar e hidratar, a erva-mate ativa a micro circulação e controla os odores da transpiração  e tonifica a pele.

O médico Oly Pedrinho Schwingel ressalta que a bebida tradicional dos gaúchos não tem contraindicações. A bebida costuma provocar uma agradável sensação de bem-estar. Porém, o profissional recomenda o consumo máximo de três chimarrões novos por dia. “Quem tem dúvidas deve sempre saná-las antes com seu médico”, aconselha, indicando consumo moderado para hiperativos, hipertensos e pessoas com problemas cardíacos. Por meio da erva-mate é possível acreditar que, a longo prazo, ocorra uma redução das doenças crônico-degenerativas, em especial o envelhecimento precoce. Estão em andamento estudos ligados a cápsulas à base do extrato seco da erva. A medida facilitará o consumo e existe a expectativa de elevar em pouco tempo a erva-mate ao estados de produto farmacêutico ou suplemento alimentar. A longo prazo poderá ser classificada em alimento funcional. Sempre presente no dia-a-dia, o chimarrão constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul, ou seja, uma tradição representativa do nosso pago. Uma roda de chimarrão, é um momento de cultura, tradição, descontração e afeto, que faz parte de um importante ritual para unir gerações. Assim, além de relevante economicamente e de todas as funções medicinais e fisiológicas a erva mate é elemento de socialização e de preservação da cultura. É um hábito histórico que atravessou séculos e permanece presente no dia-a-dia dos herdeiros dessa história.



Além da questão temperatura ideal, a água quente é importante para extrair os princípios bioativos da erva, como antioxidantes. Tais princípios foram encontrados no chimarrão em um estudo da Unipampa, publicado em maio de 2016 no Journal of Food Chemistry. O estudo mostrou que a infusão tem uma grande quantidade de polifenóis – substâncias que combatem os radicais livres. O chimarrão também teria propriedades analgésicas, conforme trabalho publicado em março de 2016 no Pharmacognosy Research, a partir de pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Santa Catarina e na Universidade de Ponta Grossa, no Paraná.

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