sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A democracia dos passivos

O fato do brasileiro ser classificado como sendo um sujeito pacífico tem muitos significados. Mas ao observarmos o momento político e social do país é fácil afirmar que a passividade do povo brasileiro parece não ter limites. Mesmo contrariado com os seus dirigentes e representantes, o brasileiro permanece sem reação. Os casos de corrupção e má gestão são tantos e envolvem definitivamente todas as esferas do poder.

A democracia que o brasileiro tanto exigiu para retomar parece tratar-se apenas do direito de votar a cada dois anos. Cumprida a formalidade mais banal do ritual democrático, que é o ato de votar, o brasileiro logo esquece, inclusive, em que votou. Os eleitos e o sistema de funcionamento da democracia não são questionados pra valer. O brasileiro se conforma de forma muito rápida.

Ao mesmo tempo que vivemos uma crise de representação no Brasil, os cidadãos não percebem que a maior autoridade numa democracia é o povo. Também não existem questionamentos ou cobranças as políticas públicas prometidas durante o período eleitoral.

Ao mesmo tempo no dia a dia é comum ver motorista falando ao celular, atravessar no sinal vermelho, cruzar a rua fora da faixa de segurança, alguém furando a fila ou encontrar algo vencido na gondola de um mercado e não fazermos nada.

Na Alemanha, França ou mesmo Nova Zelândia são países que ficam em continentes diferentes. Mesmo em diferentes regiões, as coisas por la funcionam. O transporte público, o combate a corrupção ou só serviços prestados aos cidadãos são exemplos a serem seguidos. Na França toda vez que se pretende mudar alguma legislação trabalhista ou previdenciária existem protestos e confrontos com as autoridades.

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