domingo, 20 de março de 2016

O Uruguai e o Dia da Família

Apesar do natal ser uma das celebrações mais difundidas no mundo por conta do cristianismo, não significa que todos os países ocidentais e democráticos reconheçam a data pelo viés religioso. Nação exemplo nesse sentido é o Uruguai. Lá uma das datas máximas do cristianismo ocidental virou o Dia da família.

A secularização do calendário por parte do Estado no início do século XX fez mudar o nome da celebração. Mas isso não impede das famílias celebrarem a data. As ruas se enchem de decorações e os shoppings são enfeitados com árvores gigantes. Ao mesmo tempo o costume popular moderno típico que inclui a troca de presentes e cartões e de refeições especiais são mantidas.

A celebração uruguaia é familiar, com direito a fogos de artifício e tradições incorporadas de outros países, como o panettone da Itália e o turrón que vem da Espanha –doce tipicamente feito com mel, clara de ovos e amêndoas. A gastronomia na noite da véspera ao Dia da Família fica centrada em um tradicional assado. Além de carne, tem queijo provolone, verduras assadas como o morrón vermelho (pimentão) e a papa doce (batata-doce). A bebida é a chamada médio e médio, que consiste em uma mistura de vinho espumante doce e vinho branco seco.

Como Estado laico, o país não tem nenhum feriado religioso, mas ao que tudo indica permanece fraterno. O mesmo ocorreu com outras datas festivas. A Semana Santa, por exemplo, foi transformada na Semana do Turismo. Essas medidas, a exemplo de outras aprovadas no Uruguai, mostram que essas leis progressistas fazem de fato o país ser a “Suíça” da América. O Uruguai é um país com 3,5 milhões de habitantes e vive um ritmo calmo de uma população madura. Somado a isso, o país rio-platense vive ainda em um contexto político-histórico que permite ser vanguardista em várias iniciativas, ao mesmo tempo é possível compreender a causa de tantos obstáculos para aprovar medidas parecidas no Brasil.

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