domingo, 31 de janeiro de 2016

Consumo e produção

Em 1990, a erva-mate produzida no Estado representava 92,5% do total nacional, que na época alcançou 222,4 mil toneladas. Já em 2010, quando foram colhidas 425,6 mil toneladas, a participação gaúcha reduziu-se para 61,2%, tendo antes chegado a 46,8% em 2000. Um dos fatores dessa queda foi o aumento da participação dos outros estados produtores (Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul). Ainda segundo dados do Sindicato da Indústria do Mate do Rio Grande do Sul e da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Apenas o Paraná, que no início da década de 1990 era responsável por apenas 4,2% da produção brasileira, passou a possuir 28,9% do total colhido.

Venâncio Aires produzia em 1990 era o maior produtor de erva-mate no Estado, colhendo 30.375 toneladas, reduziu mais da metade de sua produção em 20 anos, caindo para 14.125 toneladas em 2010. A falta de rentabilidade, exigência de muita mão de obra fizeram com que os agricultores optassem por outras culturas. Foi promovida uma destruição de ervais tradicionais, e sua substituição por lavouras de grãos.  Outro fator reforça o desinteresse em produzir mate aqui no Estado é o tempo maturação das lavouras de grãos. Uma árvore de erva-mate leva em média seis anos pra chegar ao tamanho ideal para a colheita e, além disso, as folhas só podem ser colhidas a cada dois anos. Com isso, a produção gaúcha está mais concentrada em locais com terreno acidentado, como na região do Alto Vale do Taquari, onde apenas o município de Ilópolis é responsável por 20,4% da erva-mate colhida no Estado.

Diferente da década de 1990 e de 2000, a partir dos anos de 2010 ocorreu uma estabilidade no consumo nacional e as exportações ganharam fôlego. Enquanto que em 2006 as exportações da erva-mate gaúcha geraram US$ 11,9 milhões, em 2011, esse volume chegou a US$ 32,4 milhões, de acordo com o dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O maior comprador da erva gaúcha é o Uruguai, no entanto passam a serem compradores regulares como a Espanha, Alemanha e Estados Unidos.

Mesmo não produza quantidades significativas, o Uruguai o maior consumidor de erva-mate no mundo, seguido de Argentina, Paraguai, Síria (que utiliza a erva em chás e chimarrão, bebido em cuia de porcelana) e Brasil. Apesar de não ter erva-mate nativa, a Argentina é o maior país produtor do mundo.

A última pesquisa de Produção da Extração Vegetal e Silvicultura divulgada pelo IBGE mostra que Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são, nesta ordem, os maiores produtores de erva-mate do Brasil. Paraná é responsável por 86,3% da produção nacional, enquanto que Santa Catarina, produz 7,6% e o Rio Grande do Sul 6,1%. Em 2014, a erva-mate teve o maior crescimento entre os produtos do extrativismo o que representou aumento de 11%. Com isso a produção passou das 333 mil toneladas do produto.

 Já quando o tema é consumo a ordem é alterada e a liderança passa a ser do Rio Grande do Sul, seguida de Santa Catarina e Paraná. No Rio Grande do Sul, as principais cidades produtoras são Ilópolis, Arvorezinha e Venâncio Aires. Cerca 35 mil famílias de pequenos agricultores gaúchos dependem da produção da erva-mate.


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