Em 1990, a erva-mate produzida no Estado representava 92,5%
do total nacional, que na época alcançou 222,4 mil toneladas. Já em 2010,
quando foram colhidas 425,6 mil toneladas, a participação gaúcha reduziu-se
para 61,2%, tendo antes chegado a 46,8% em 2000. Um dos fatores dessa queda foi
o aumento da participação dos outros estados produtores (Paraná, Santa Catarina
e Mato Grosso do Sul). Ainda segundo dados do Sindicato da Indústria do Mate do
Rio Grande do Sul e da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Apenas o Paraná, que no início da década
de 1990 era responsável por apenas 4,2% da produção brasileira, passou a
possuir 28,9% do total colhido.
Venâncio Aires produzia em 1990 era o maior produtor de
erva-mate no Estado, colhendo 30.375 toneladas, reduziu mais da metade de sua
produção em 20 anos, caindo para 14.125 toneladas em 2010. A falta de
rentabilidade, exigência de muita mão de obra fizeram com que os agricultores
optassem por outras culturas. Foi promovida uma destruição de ervais
tradicionais, e sua substituição por lavouras de grãos. Outro fator reforça o desinteresse em
produzir mate aqui no Estado é o tempo maturação das lavouras de grãos. Uma
árvore de erva-mate leva em média seis anos pra chegar ao tamanho ideal para a
colheita e, além disso, as folhas só podem ser colhidas a cada dois anos. Com
isso, a produção gaúcha está mais concentrada em locais com terreno acidentado,
como na região do Alto Vale do Taquari, onde apenas o município de Ilópolis é
responsável por 20,4% da erva-mate colhida no Estado.
Diferente da década de 1990 e de 2000, a partir dos anos de
2010 ocorreu uma estabilidade no consumo nacional e as exportações ganharam
fôlego. Enquanto que em 2006 as exportações da erva-mate gaúcha geraram US$
11,9 milhões, em 2011, esse volume chegou a US$ 32,4 milhões, de acordo com o
dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O maior
comprador da erva gaúcha é o Uruguai, no entanto passam a serem compradores
regulares como a Espanha, Alemanha e Estados Unidos.
Mesmo não produza quantidades significativas, o Uruguai o
maior consumidor de erva-mate no mundo, seguido de Argentina, Paraguai, Síria
(que utiliza a erva em chás e chimarrão, bebido em cuia de porcelana) e Brasil.
Apesar de não ter erva-mate nativa, a Argentina é o maior país produtor do
mundo.
A última pesquisa de Produção da Extração Vegetal e
Silvicultura divulgada pelo IBGE mostra que Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul são, nesta ordem, os maiores produtores de erva-mate do Brasil. Paraná é
responsável por 86,3% da produção nacional, enquanto que Santa Catarina, produz
7,6% e o Rio Grande do Sul 6,1%. Em 2014, a erva-mate teve o maior crescimento
entre os produtos do extrativismo o que representou aumento de 11%. Com isso a
produção passou das 333 mil toneladas do produto.
Já quando o tema é
consumo a ordem é alterada e a liderança passa a ser do Rio Grande do Sul,
seguida de Santa Catarina e Paraná. No Rio Grande do Sul, as principais cidades
produtoras são Ilópolis, Arvorezinha e Venâncio Aires. Cerca 35 mil famílias de
pequenos agricultores gaúchos dependem da produção da erva-mate.
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