quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Ciclovias: o sonho é possível

Ainda que tenham aumentado os investimentos em espaços votados a pedalar, as ciclovias ainda são isoladas e insignificantes. Por mais bem colocadas que algumas cidades brasileiras em rankings locais, estão longe de qualquer realidade europeia. Por falta de estrutura, o principal risco para quem pedala nas ruas do Brasil, é a falta de consideração de motoristas. Mais do que os ciclistas respeitarem alguns princípios, é preciso também maior educação e respeito por parte dos motorista quanto aos ciclistas brasileiros.

Apesar do Código de Trânsito prever que o condutor dos veículos maiores deve zelar pelos veículos menores, está prevista também na legislação que os municípios possuem a direto de implementarem leis próprias para exigirem ao menos alguma qualificação dos ciclistas para pedalarem em vias públicas.

O direito de andar de bicicletas precisa prospera para além dos fins de semana. Os brasileiros tem o direito de pedalarem para diminuírem o fluxo nas áreas urbanas já saturadas. Porém, mesmo assim algumas cidades que querem implementar suas ciclovias encontram resistências nos chamados defensores do patrimônio histórico chegam ao ponto de serem inimigos das bicicletas. Preferem investir em conceitos urbanísticos sustentados pelo poder dos carros e dos prédios.

Na região dos Vales do Taquari e Rio Pardo, o melhor exemplo vem de uma universidade. Em 14 meses, a Univates conta com três mil cadastros e mais de seis mil utilizações. O sistema de compartilhamento de bicicletas, o Bicivates, conta com 120 bicicletas. Com isso, a instituição é exemplo para a Universidade Federal de Santa Maria que estuda instalar sistema semelhante.

Mesmo os americanos, que são bastante apegados a carros, conseguem ter mais investimentos na área do que o Brasil. Apenas Nova York ganhou 580 quilômetros de ciclovias entre 2007 a 2013. Investimentos em ciclovias reduz engarrafamentos em Paris, Copenhague, Berlim, Stuttgart, Köln, München, Sevilha.

Holanda é o país ocidental que mais usa a bicicleta no dia a dia. Madri proibiu a circulação de veículos no centro da cidade e outra estratégia é o crescimento do BiciMad - sistema público de aluguel de bicicletas elétricas. Na capital espanhola também é incentivado o uso de transporte público e as caminhadas. O limite de velocidade nas vias da área central foi reduzido para 21 km/h e o valor pago para estacionar nas ruas aumentou. A Europa se dedica ao sonho de construir, até 2020, a rede da Eurovelo, com 70 mil quilômetros de faixas só para bicicletas. A medida ligará 43 países.

Enquanto que na Europa e Estados Unidos ricos viajando de bicicleta, por aqui os ciclistas ainda são vistos como chinelões. Enquanto que outros brigam para evitar perdas de vagas de estacionamento ou evitar que se “estrague” a paisagem da cidade. Infelizmente os argumentos de alguns brasileiros são fracos e retrógrados. Deveríamos ter superado esse pensamento conservador para estarmos agora discutindo programas de conscientização no trânsito e construção de novas ciclovias. O melhor efeito das ciclovias é o da leveza no trânsito, com reflexos na vida de todo mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário