sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Corrupção e transparência brasileira

Os anos passam e poucos nomes na política brasileira mudam nas diferentes instituições.  Governos tomam medidas de forma nominal para aumentar à transparência, alguns corruptos são presos, mas o problema parece não diminuir. A corrupção no setor público parece nunca diminuir. Nos levantamentos de transparência internacional estamos, naturalmente, atrás dos países desenvolvidos, mas mesmo de algumas nações da América Latina.

Embora tenhamos obtido avanços nos últimos anos na implementação de questões relativas a transparência e do controle social, a situação em si do Brasil é praticamente a mesma em décadas. A Lei de Acesso à Informação, sancionada em 2001, e os portais da transparência, por pressão internacional, são algumas das poucos exemplos positivos. Mas a Lei de Acesso à Informação não foi regulamentada por grande parte dos estados e municípios. A maioria dos governos nem se quer colocam as contas na Internet.

A corrupção no Brasil é profunda, tanto é que apenas uma parcela dos casos se tornam públicos. A grande maioria dos casos fica nas entranhas do sistema público. A corrupção no estado é pratica por políticos, servidores e cidadãos. A corrupção sempre terá o corruptor e o corrompido.

É nítido que a máquina pública está comprometida, tudo em prol da dita governabilidade. Denúncia e escândalos são constantes. Os mais comuns são desvios de verbas por meio de falsas entidades, fiscais corruptos e licitações fraudulentas. Questões como essas, a Lei de Acesso a Informação e os portais de transparência jamais irão detectar, pois a maioria dos casos de desvios de dinheiro público são feitas antes da oficialização dos processos.

A lentidão da Justiça, o tamanho da burocracia estatal e, claro, o voto dos eleitores em políticos denunciados e punidos por crimes contra a administração pública contribuem para a manutenção do sistema atual. Mas, é importante também termos claro que na medida em que os recursos destinados a financiar hospitais, escolas, saneamento básico e outras necessidades são desviados, nós temos parcela de culpa por de omissão.

Temos que limpar a administração dos maus políticos e servidores públicos que mancham nossa imagem, afinal carregamos a pecha de sermos uma sociedade corrupta. Falta-nos esse poder de mobilização e indignação. Porém, isso pode ser mudado. Desde que você e eu nos manifestemos abertamente, pois nossa manifestação, quando multiplicada, gerará a necessária mudança da opinião pública sobre o assunto.  O Estado somos nós.

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