São poucas as livrarias que temos nos Vales do Taquari e Rio Pardo. Os melhores exemplos se concentram em Lajeado, em Estrela e em Santa Cruz do Sul. Nesses municípios, apenas uma não está ligada a grandes redes.
As poucas livrarias independentes que ainda resistem seguem ameaçadas pelo crescimento das lojas virtuais. Embora as lojas virtuais possam significar um acesso mais democratizado ao livro, estamos com isso pulando nos vales um ciclo que nem iniciou por aqui. Nas capitais, na grandes cidades ou mesmo em diferentes regiões da Europa a oportunidade de entrar em uma livraria ocorre de forma muito especial. Muitas pessoas vão a livraria para serem achadas pelo livro.
Com o meio virtual comprar um livro está muito fácil. Os preços ainda não estão muito atraentes, mas isso é uma outro história. Porém, será cada vez mais difícil adquirir um livro que não sabíamos que queríamos até nos depararmos com ele. Para isso, era necessário entrar na livraria e descobri-lo na gôndola. Com a lógica da internet achar um livro dessa forma poderá estar ameaçado. Embora, alguns sites ofereçam o catálogos, as pessoas se atem apenas a achar o livro que querem e não mais desfrutar da atividade de ser achado pela publicação.
Assim, pulamos uma etapa do ciclo que existe fora da região dos Vales. Outro exemplo muito interessante para evitar o desaparecimento das livrarias independentes em Paris foi a criação de um programa governamental. A prefeitura da capital da França oferece subsidio no aluguel para livrarias independentes que queiram se instalar em bairros mais afastados do centro da cidade.
Lá se entende que a cultura está ameaçada por concentrações de poder abusivas que atentam contra a independência dos autores no setor do livro e contra as forças vivas da criação. Mas voltando a nossa realidade, pelo número de livrarias na região e no país é possível afirmar que há espaço para o setor crescer. A dúvida é se o mercado de livros digitais mudará essa equação.
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