quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

A nova função das cidades

Diferente de outros séculos, agora as revoluções e reivindicações ocorrem nas cidades. Nos primórdios, cidades surgiam e desapareciam conforme a vontade dos reis e imperadores. Porém, agora as cidades concentram, pela primeira vez, a maioria das pessoas. Hoje quase cinco milhões de pessoas vivem na zona urbana, e deixando assim para trás suas origens rurais.

A partir do sentimento de pertencimento e civismo é normal que manifestantes reivindiquem nova posição dos políticos. Os cidadãos do mundo não se sentem representados pelos seus governantes. A meta é combater o crescimento econômico para cuidar da qualidade de vida nas cidades. O desafio é deixar de priorizar o capital material e focar no capital humano e espiritual.

O filósofo francês Pierre Lévy diz que no mundo as manifestações só tendem a aumentar. Enquanto que o sociólogo catalão Manuel Castells, outra importante personalidade, os políticos de hoje são “burocratas preguiçosos”. “O espaço público reúne a sociedade em sua diversidade”.

No Velho Continente é comum as pessoas tomarem as ruas em resposta a projetos e ações dos governos que querem tomar direitos dos trabalhadores, da previdência, da habitação. Na Alemanha presenciei protestos nacionais contra a reconstrução, em Stuttgart, da estação férrea central, tido como um prédio histórico para favorecer a especulação imobiliária.  

Aqui ainda estamos aprendendo nos mobilizarmos em prol da coletividade. Ainda estamos aprendendo como nos mobilizarmos sem partidos ou sindicatos. Embora tenham seu valor, é fundamental a sociedade saber expressar suas reivindicações por ela mesma. Na região dos Vales do Taquari e Rio Pardo precisamos repensar nossas cidades enquanto ainda são pequenas.

O problema não é acadêmico. A Unisc possui pós-graduação em Desenvolvimento Regional e a Univates possui doutorado e mestrado em Ambiente e Desenvolvimento com o foco no espaço, ambiente e sociedade. Academicamente, as reivindicações locais voltadas a mobilidade urbana são bem tangíveis. Depende dos líderes e políticos usarem o conhecimento em favor dos vales. 

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