domingo, 24 de janeiro de 2016

Leonel de Moura Brizola

Quando à frente do Grupos dos Onze, pretendia criar um partido revolucionário, durante o conturbado governo João Goulart, governou o país de setembro de 1961 a março de 1964. Porém, durante o governo de Jango havia ameaças à democracia de vários lados. Além disso, adeptos de Brizola julgavam que tinham ampla base militar entre soldados, marinheiros, cabos e sargentos. Isso tudo ficou para traz a partir da instauração do golpe militar, classificado pelo professor e jornalista Juremir Machado da Silva como golpe midiático-civil militar.

Brizola errou e acertou como todo mundo, mas a historiografia dele mostra que acertou muito mais. O grande e patriota Brizola foi o homem da Campanha da Legalidade, em 1961. Filho de camponeses pobres, ele foi o único político eleito pela população para governar dois estados diferentes em toda a história do país. Trata-se do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Além de governador do Rio Grande do Sul e duas vezes governador do Rio de Janeiro, foi ainda  prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e federal Rio Grande do Sul e ainda deputado federal pelo extinto estado da Guanabara.

No sul promoveu campanhas de acesso à energia elétrica e telefone. Em 1961, Brizola impulsionou o Movimento dos Agricultores Sem Terra, antecessor do MST, e criou o Instituto Gaúcho de Reforma Agrária. Em seu governo foram construídas 5902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios e abriu 700 mil novas matrículas e contratou 42 mil novos professores. Fato que até hoje nunca mais se repetiu. 

Enquanto que no Rio Janeiro, Brizola ficou reconhecido pelos construção dos Centros Integrados de Educação Pública. Os Cieps tiveram a estrutura organizacional e pedagógica idealizados por Darcy Ribeiro e a concepção arquitetônica ficou a cargo de Oscar Niemeyer. Também fundou a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro que foi a primeira do país a possuir 100% de professores doutores. 

Nascido em Cruzinha, hoje pertencente ao município de Carazinho, que na época era  distrito de Passo Fundo. Batizado como Itagiba de Moura Brizola, mas cedo adotou o nome de um líder maragato da Revolução de 1923, Leonel Rocha. Em 1950, se casou com Neuza Goulart, irmã do ex-presidente Jango, e um dos padrinhos foi Getúlio Vargas. Por conta disso, Brizola é considerado o herdeiro político de Vargas e de Jango. Segundo Juremir Machado da Silva “Getúlio, Jango e Leonel formam a tríade mais importante da política gaúcha em todos os tempos. Ainda de acordo com o Juremir, são deles o papel do Rio Grande do Sul na história brasileira do século XX. 

Brizola morreu aos 82 anos no dia 21 de junho de 2004, de infarto decorrente de complicações infecciosas, no Rio de Janeiro.  Brizola foi sepultado em São Borja, na fronteira com a Argentina, onde também se encontram os túmulos de Getúlio Vargas e João Goulart. Na região o ex-politico brasileiro foi homenageado a partir da redenominação da BR-386, antes conhecida por "Tabaí-Canoas", "Rodovia da Produção", ou ainda de "Rodovia Presidente Kennedy", para “rodovia Governador Leonel de Moura Brizola", por meio da lei Nº 11.620 de 19 de dezembro de 2007.

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