A indefinição dos limites territoriais entre Santa Catarina e Paraná vinha desde o Império, e até a Argentina pleiteava a posse de áreas dos dois estados. A guerra começou pequena, com um grupo reduzido de moradores desses campos que na época eram chamados de sertão.
Os rebeldes chegaram a se espalhar por uma área equivalente ao tamanho de Alagoas. Os chamados caboclos ou sertanejos enfrentaram as forças policiais e militares dos dois estados e do Exército. Os insurgentes eram movidos por motivos que iam do messianismo à luta pela terra. Eram contra o poder público e os coronéis locais. Reagiam ao impacto da construção de uma estrada de ferro, que os expulsou da terra onde viviam.
Os insurgentes queriam o fim das empresas que tinham se apoderado das plantações nativas da erva-mate. Eles mesmos queriam voltar a negociar a erva-mate antes da formação dessas grandes empresas, como aponta Mafra (2008): “A questão do conflito entre monopólios paranaenses e catarinenses no Planalto Norte indica a criação e o desenvolvimento de poderosas empresas em ambos os estados”.
A guerra foi encerrada no inverno de 1916 com a captura dos rebeldes. Já em outubro daquele ano veio a assinatura do acordo de limites entre Santa Catarina e Paraná. Pressionados pelo presidente Wenceslau Braz, cada um dos dois estados teve que ceder um pouco. A partilha, porém, foi vista como favorável aos catarinenses, que ficaram com 28 mil dos 48 mil quilômetros quadrados da área contestada.
BELTRÂO, Tatiana. Há 100 anos, o fim da sangrenta Guerra do Contestado. Agência Senado: 01/07/2016. Disponível em: <http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/07/01/ha-100-anos-o-fim-da-sangrenta-guerra-do-contestado>. Acessado em 17 set. 2016.
MAFRA, Dias Antonio. Aconteceu nos ervais: A disputa territorial
entre Paraná e Santa Catarina pela exploração da erva-mate – região sul do Vale
do Rio Negro. Canoinhas, 2008. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento
Regional), Universidade do Contestado. Disponível em:
http://www.unc.br/mestrado/editais/dissetacao_mafra_seguranca.pdf. Acessado em
26 mar. 2016.
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