terça-feira, 13 de setembro de 2016

O mate no Chile

Hoje a bebida de maior consumo na sociedade chilena é o chá. Porém, nem sempre foi assim. Em outras épocas, e mesmo ainda em algumas localidades nos dias atuais, o mate ocupa lugar privelegiado, nos informa Miguel Franco, da Corporación Cultural Identidad y Futuro. Ainda segundo ele, no período colonial e nas primeiras décadas de independência do Chile, o mate era uma bebida bastante consumida no território. Ainda hoje no sul do país o consumo do mate permanece bastante ativo. Existem diversas ações neste sentido no Chilo que rementem ao mate.

Na cidade Coyhaique, em província homónima, que é a capital e o principal centro urbano  da região de Aysén del General Carlos Ibáñez del Campo, fica localizados um dos monumentos ligados a cultura da erva-mate. O monumento El Mate fica as margens da rodovia que leva ao aeródromo Teniente Vidal. Segundo a descrição feita da obra, o monumento representa o sacrifício de muitos homens e mulheres que ao longo da história se utilizaram do mate para vencerem o frio e bem receber os visitantes da região. Coyhaique faz parte da patagônia chilena e está a uma altura média de 310 metros.

A principal influência para que boa parte da população chilena trocasse o mate pelo chá em quase todo o território nacional, partiu dos imigrantes ingleses. Com a substituição do ritual do mate pelo consumo do chá, as exportações do produto cresceram de forma significativa a partir de 1810 a partir da Índia e China. A escritora e ilustradora britânica María Graham (1786-1842) relata em seu diário que inúmeras vezes foi convidada a acompanhar um mate com os chilenos. E ainda segundo ela, pela manhã a primeira ação dos nativos era preparar um mate e mesmo ocorria a tarde, depois de um breve descanso.

Miguel Franco cita ainda que nos primordios do Chile enquanto nação, o mate impulsionou a transformação e objetos do cotidiano em obras de arte. O rústico porongo foi substituido por recepientes nas altas classes por recepientes de prata e porcelna. Já a bomba passou a ser decorada com pedras nobres. Diferente de outros países latino americanos em que a cultura da mate permanece presente, o uso de porcela, prata e padras preciosas nos utensilios do mate foi comum antes mesmo de ter sido adotado na Argentina, Uguruguai ou no estado brasileiro do Paraná. Nessas regioes isso ocorreu na segunda metade do século 19m como destaca  Alfredo Taullard em seu livro “Platería Sudamericana”.

Graham, María; Diario de su residencia en Chile (1822) y de su viaje al Brasil (1823), Madrid, Editorial América, 1902.
Espinosa, Ismael; “Una costumbre de más de 350 años: El placer de un buen mate”. El Mercurio ARTES Y LETRAS Domingo 2 de Diciembre de 2007.
Barretto, Margarita; El mate: su historia y su cultura, Buenos Aires, Ediciones del Sol, 2006.
https://www.coyhaique.cl/portalturismo/paseos.php
Visto en: http://identidadyfuturo.cl/2012/01/el-mate-en-la-historia-de-chile/

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