sábado, 26 de março de 2016

Ferrovias e hidrovias esquecidas

A presença de ferrovias e hidrovias é bastante reduzida no Brasil. O modal rodoviário predomina na logística de transportes no território brasileiro, com concentração maior na região Centro-sul, de forma mais especifica no Estado de São Paulo. Por conta disso, a grande maioria das cargas transportadas no país são via modal rodoviário. De acordo com levantamento do IBGE, a malha rodoviária só não predomina na região amazônica, onde destaca-se o transporte por vias fluviais devido à densa rede hidrográfica natural.

Porém, sem estudar a história, seria quase impossível afirmar que há mais de meio século, cargas e pessoas se deslocavam em sua grande maioria por vias ferroviários, de norte a sul. Na época existiam até mesmo com ramais ferroviários eletrificados.

Tudo havia iniciado ainda na época do Império, em 1852, com o então barão de Mauá. Em 1958 o país ainda tinha 38 mil quilômetros de ferrovias, mas o sucateamento iniciou a partir da década de 1960 quando os governos começaram apadrinhar a indústria automobilística. O sucateamento foi acelerado após as ¬privatizações na segunda metade do século passado e início deste.

Hoje a maior parte das ferrovias estão ociosas e se calcula que apenas quatro mil quilômetros são modernos. Tanto é que apenas três são as ferrovias mais importantes, a Norte-Sul, a Estrada de Ferro Carajás, a Estrada de Ferro Vitória-Minas. A Norte-Sul teve a construção iniciada em 1987 e ainda está em obras, pelo ritmo atual ela só será concluída por volta de 2040.

Ainda com relação as hidrovias, tomando por caso apenas o Rio Grande do Sul, elas sempre foram importantes para escoar a produção no período colonial dos imigrantes alemães e italianos. Mas com o tempo foram perdendo espaço e estado possui duas bacias hidrográficas bastante significativas, a bacia da Lagoa dos Patos e a bacia do Rio Uruguai.

Investir de verdade nesses modelos para escoar a produção permitirá ganhar em competitividade. Investir em infraestrutura de integração entre as empresas e os lugares onde será feito o direcionamento das cargas é garantir a perfeita sintonia entre estado e setor privado. A medida permitirá atrair empreendimentos diversos e pode impulsionar o turismo, com a instalação de novas linhas.

Em uma momento histórico em que a malha rodoviária se mostra saturada e incapaz de receber a devida manutenção, investir em hidrovias e ferrovias é uma alternativa sustentável e inovadora. Investimentos em ferrovias e hidrovias são opção para amenizar gargalo logístico das estradas brasileiras. Não basta, porém, simplesmente aumentar o uso das hidrovias e ferrovias no país. Para amenizar o problema do transporte rodoviário também é necessário mais planejamento.


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