domingo, 31 de julho de 2016

De chaleira e cuia em Chapadão do Sul

Thomaz Vita Neto / Tyba
O centro-oeste brasileiro teve grande influência indígena na sua formação e considerável contribuição dos migrantes, principalmente oriundos do Rio Grande do Sul, para a sua organização. Um dos exemplos típicos dessa ação é a fundação do município de Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul.

Essas ações motivaram a instalação de monumentos que refletem a cultura da erva-mate. Uma das obras é o monumento Chaleira e Cuia que fica na Rodovia Joaquim Tenório (MS-306) na entrada da cidade. Também na praça 21 de abril existe outro monumento que simboliza a chaleira e a cuia e homenageiam aos colonizadores sulistas. O fundador do município é tido como sendo Júlio Alves Martins. 

Fernanda Farias/Canal Rural
Em 1969 chegaram aquela região os primeiros habitantes vindos do Rio Grande do Sul. Tornou-se povoado em meados de 1973, recebendo o nome Chapadão dos Gaúchos. A criação do município, desmembrado de Cassilândia e Paranaíba, ocorreu por meio da Lei nº 768/87, assinada em 23 de outubro de 1987. Hoje o município conta com pouco mais de 20 mil habitantes. 

Produtividade de soja em Chapadão do Sul é a maior do estado. A região se transformou em uma potência do agronegócio, com 140 mil hectares de lavouras. A produtividade média da soja em Chapadão do Sul chegou a 55 sacas por hectare em 2013/2014, a melhor do Estado. Além disso, os produtores investem em tecnologias de ponta para melhorarem o desempenho e produtividade nas lavouras.

http://www.grandefm.com.br/noticias/rural/produtividade-de-soja-em-chapadao-do-sul-ms-e-a-maior-do-estado

Erechim tem a Festival Nacional do Mate

O evento em Erechim focado na divulgação e valorização da erva-mate, produto considerado um símbolo da hospitalidade, tradição e cultura, transcorreu pela primeira vez no município de Erechim de 22 de outubro a seis de novembro de 1966. A sigla é a mesma até hoje: Fenamate. Porém, o significado da sigla por extenso teve alterações ao longo das décadas. Hoje a sigla se refere a  Festival Nacional do Mate. O que não mudou foi prioridade na realização concomitante da Fenamate com a Feira Regional, Industrial e Agropecuária de Erechim (Frinape). O evento empresarial é o maior da região do Alto Uruguai e é tido como multissetorial que reúne indústria, comércio, serviços, agropecuária e tecnologia.

Desde 2013 a Associação das Indústrias do Mate do Alto Uruguai (Indumate), em parceria com outras entidades, trabalham no reposicionamento do evento. A Intenção é transformar a Fenamate na Festa Internacional do Mate. Em 2013 foi realizada a primeira do evento com a atual denominação: Festival Nacional do Mate. O projeto foi executado por meio da Lei de Incentivo à Cultura, habilitado pela Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul. O festival foi realizado no CTG Sentinela da Querência e contou com música, dança, teatro, culinária, exposições e produtos resultantes da erva-mate.  Ocorreu ainda a partir do evento o Seminário Sul-americano da Erva-mate.

Em 2015 a Frinape e a Fenamete transcorreram no mesmo espaço. O evento, no Parque da ACCIE, de sete a 15 de novembro. Pela Lei de Incentivo à Cultura havia sido liberado o valor superior a 838 mil para captação via segmento artes integradas. Com o valor foram contratados espetáculos de danças, teatros, músicas, encontros literários e gastronomia típica, incentivando a formação de plateias, valorizando a cultura local e promovendo a difusão cultural. Durante a Fenamate 2015 foi comercializada erva-mate e água quente e o recurso arrecadado R$ 2.304,00. A campanha foi desenvolvida sob slogam “Um amargo pode ajudar a salvar vidas!”  e o valor foi destinado a Associação Beneficente dos Receptores de Sangue de Erechim (Banco de Sangue).

Em 1966, 1968 e 1995 o evento transcorreu sob o nome de Feira Nacional do Mate. Em 1982, 1984, 1987, 1990 e 1992 o evento foi realizado sob o nome de Festa Nacional do Chimarrão. A região do Alto Uruguai figura hoje entre os 10 maiores produtores de erva-mate do Rio Grande do Sul, destacando-se na industrialização do produto sendo que hoje abriga a maior indústria do país.


Fonte:
http://www.jornalboavista.com.br/site/noticia/23455/fenamate-vai-contribuir-para-a-divulgacao-e-valorizacao-da-erva-mate-produto-que-orgulha-o-rio-grande-do-sul
http://accie.com.br/frinape-noticias/
http://www.jbvonline.com.br/site/mobile/noticia/24220/fenamate-quer-caminhar-com-as-proprias-pernas

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Mafra e homem que morreu com a cuia na mão

A cultura da erva-mate foi fundamental para a formação do município de Mafra, em Santa Catarina. A cidade tem sua história unida à de Rio Negro, no Paraná, pois antes da mudança dos limites entre os dois estados, essas cidades eram um único município. Mas a história desses municípios ainda permanece muito próxima. Para expressar que essa vizinhança de fato é muito próxima surgiu a expressão riomafrense.

O termo é também empregado para se referir a um homem que teria morrido de forma súbita em 1915 enquanto tomava um chimarrão em uma roda de amigos. De acordo com o professor e historiador Fábio Reimão de Mello, esse senhor riomafrense literalmente “morreu com a cuia na mão”. A expressão ganhou o país e se refere a quem demora para tomar a infusão.

Mafra foi instalado em 1917 e possuía 16 casas comerciais, mas 20 fábricas de barricas de madeira que eram usadas para guarda a erva-mate. Em 1935, 41 produtores dos municípios de Mafra, Papanduva e Itaiópolis se uniram para formar o “Consórcio Profissional dos Produtores de Mate”, que gerou a fundação da “Cooperativa de Erva Mate Mafra” em 12 de junho de 1937.

Segundo o IBGE (2014) atualmente extração vegetal focada na erva-mate não é mais tão significativa quanto na criação do município. Em 2014 foram produzidas 400 toneladas de erva-mate cancheada, que rendeu R$ 340 mil.

O município ainda esteve envolvido de forma direta na chamada Guerra do Contestado, que foi um conflito armado travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região que era rica em erva-mate e madeira, disputada pelos estados do Paraná e de Santa Catarina. O conflito foi por áreas territoriais de ambos os estados que buscavam ampliar seus limites.







Fonte:
http://www.guiariomafra.com.br/a-erva-mate-a-historia-de-quem-nao-morreu-com-a-cuia-na-mao
http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=421010&idtema=150&search=santa-catarina|mafra|extracao-vegetal-e-silvicultura-2014

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Erva-mate e localização geográfica

A Argentina foi o país que mais avançou na questão da certificação via localização geográfica. A medida é usada para conferir produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado. A atividade agroindustrial aliada ao reconhecimento de indicação geográfica de um produto é um prêmio que atesta a qualidade do cultivo. A indicação geográfica simboliza o registro e proteção do produto.

A nova indicação geográfica é denominada de “Yerba Mate Argentina” por meio da resolução 13/2016 da Secretaria de Valor Agregado do Ministério de Agroindústria. O selo de qualidade indicam que a origem da produção e qualidade são únicos. A característica da região, a história, a cultura e o vínculo dos produtores com o território indicam o diferencial.

A medida distingue e agrega valor a um produto destinado tanto para consumo interno, quanto para a exportação. Atualmente a Argentina é o principal produtor e exportador de erva-mate do mundo. O país também possui atualmente a maior superfície cultivada em relação aos outros produtores, que são o Brasil e Paraguai. Na Argentina são mais de 165 mil hectares cultivados, no Brasil são 85 mil hectares e no Paraguai são mais 35 mil hectares cultivados.

Dados oficiais indicam que a erva-mate na Argentina é nativa da região litorânea de Misiones e nordeste de Corrientes, em que há 17 mil produtores registrados que no conjunto produzem mais 700.000 toneladas de folhas verdes ao ano. As exportações de ouro verde somam mais de 35 mil toneladas e geram mais de US$70 milhões ao país.

No Brasil o registro de Indicação Geográfica e também de proteção de cultivares da erva-mate também é pretendido. O Ministério da Agricultura já promoveu eventos em Ilópolis, no Rio Grande do Sul, que está trabalhando pontos críticos, pesquisas, políticas públicas e ações para o fortalecimento da cadeia produtiva. A intenção é criar a indicação geográfica intitulada de “Erva-mate da Região do Vale Alto Taquari”. A área plantada de erva-mate na região é de 15,7 mil hectares, onde foram produzidas 144,1 mil toneladas do produto na última safra. O Vale Alto Taquari é responsável por 51% da produção de erva-mate do estado do Rio Grande do Sul, enquanto Ilópolis responde por 20%.

Em outro estado brasileiro também busca a indicação geográfica para a erva-mate. No Planalto Norte Catarinense entidades buscam o reconhecimento para agregar a valor a tida erva-mate de excelente qualidade. Dados do IBGE (2008) indicam que nesse estado, Canoinhas é o principal polo produtor do erva-mate da região. A indicação geográfica poderia representar um contra peso a essa atividade econômica que vem apresentando inúmeras dificuldades nos últimos anos e perdendo espaço no mercado (SIMON, 2011).

No Brasil, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) é a instituição que concede o registro e emite o certificado. De acordo com o INPI, a primeira indicação geográfica brasileira foi reconhecida em 2002, no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, para vinhos tintos, brancos e espumantes.


http://www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2013/03/mapa-debate-ig-de-erva-mate-no-rio-grande-do-sul
http://www.infobae.com/2016/03/15/1797233-la-yerba-mate-recibira-la-indicacion-geografica/
http://www.ieco.clarin.com/economia/yerba-mate-sello-propio-internacional_0_1577242338.html
http://www.clarin.com/rural/yerba-mate-argentina-denominaciones-origen_0_1586241465.html
http://www.diariodecuyo.com.ar/home/new_noticia.php?noticia_id=706922
http://tcc.bu.ufsc.br/CCATCCs/agronomia/2011/ragr253.pdf
http://www.gazetainformativa.com.br/de-olho-na-identificacao-geografica-produtores-de-sao-mateus-do-sul-resgatam-historia-da-erva-mate/

Antigo romance colonial paraguaio:

Santo Tomé iba un día
A orillas del Paraguay,
Aprendiendo el guaraní
Para poder predicar.

 Los jaguares y los pumas
No le hacían ningún mal,
Ni los jejenes y avispas,
Ni la serpiente coral.

Los chontas y los motacues
Palmito y sombra le dan;
El mamangá le convida
A catar de su panal.

Santo Tomé los bendice
Y bendice al Paraguay;
Ya los indios guaraníes
Le proclaman capitán.

 Santo Tomé les responde:
“Os tengo que abandonar
porque Cristo me ha mandado
otras tierras visitar.

“En recuerdo de mi estada
una a merced os he de dar,
que es la yerba paraguaya
que por mí bendita está”.

Santo Tomé entró en el río
Y en peana de cristal
Las aguas se lo llevaron
A las llanuras del mar.

Los indios de su partida
No se pueden consolar,
Y a Dios siempre están pidiendo
Que vuelva Santo Tomás.

(Fonte: Cancionero del Mate, de Luzan del Campo. Edito Tupa, Buenos Aires, 1950)

domingo, 24 de julho de 2016

Tererê

El tereré no es una bebida…
Bueno, sí. Es un líquido y entra por la boca.
Pero no es una bebida.
En el Paraguay nadie toma tereré porque tenga sed.
Es más bien una costumbre, como rascarse.
El tereré es exactamente lo contrario que la televisión.
Te hace conversar si estás con alguien, y te hace pensar cuando estás solo.
Cuando llega alguien a tu casa la primera frase es hola y la segunda ¿Tereré?.
Esto pasa en todas las casas. En la de los ricos y en la de los pobres.
Pasa entre mujeres serias o chismosas, y pasa entre hombres serios o inmaduros.
Pasa entre los viejos de un geriátrico o entre los adolescentes mientras estudian.
Es lo único que comparten los padres y los hijos sin discutir ni echarse nada en cara.
Colorados, liberales, olimpistas y cerristas ceban tereré sin preguntar.
En verano y en invierno.
Es lo único en lo que nos parecemos las víctimas y los verdugos.
Los buenos y los hijos de puta.
Cuando tenés un hijo, le empezás a dar tereré cuando lo pide, y se sienten grandes.
Sentís un orgullo enorme cuando ese enanito de tu sangre empieza a tomarlo.
Que se te sale el corazón del cuerpo.
Después ellos, con los años, elegirán si tomarlo solo, con yuyos o con un chorrito de limón.
Cuando conocés a alguien por primera vez, siempre decís, si querés venite a casa vamos a tomar tereré.
La gente pregunta, cuando no hay confianza: con limón, muy frío o no tanto?.
El otro responde: Como tomes vos.
Los teclados de las computadoras tienen las letras llenas de yerba.
La yerba es lo único que hay siempre, en todas las casas.
Siempre. Con inflación, con hambre, con democracia o no, con cualquiera de nuestras pestes y maldiciones eternas.
Y si un día no hay yerba, un vecino tiene y te la da, de onda le pedís y está todo bien.
La yerba no se le niega a nadie.
Éste es el único país del mundo en donde la decisión de dejar de ser un chico y empezar a ser un hombre ocurre un día en particular. Nada de pantalones largos, circuncisión, universidad o vivir lejos de los padres.
Acá empezamos a ser grandes el día que tenemos la necesidad de tomar por primera vez un tereré, solos.
No es casualidad. No es porque sí.
El día que un chico toma su primer tereré sin que haya nadie en casa, en ese minuto, es porque ha descubierto que tiene alma.
O estas muerto de amor, o algo: pero no es un día cualquiera.
Ninguno de nosotros nos acordamos del día en que tomamos por primera vez un
tereré solos.
Pero debe haber sido un día importante para cada uno.
Por adentro hay revoluciones…
El sencillo tereré es nada más y nada menos que una demostración de valores.
Es la solidaridad de bancar esa yerba lavada porque la charla es buena, la charla, no el tereré.
Es el respeto por los tiempos para hablar y escuchar, vos hablas mientras el otro toma y viceversa.
Es la sinceridad para decir, cambiá la yerba, o arreglálo un poco.
Es el compañerismo hecho momento.
Es el cariño para preguntar, estúpidamente, ¿está rico, no?
Es la modestia de quien ceba el mejor tereré.
Es la generosidad de dar hasta el final.
Es la hospitalidad de la invitación.
Es la justicia de uno por uno.
Es la obligación de decir gracias, al menos una vez al día.
Es la actitud ética, franca y leal de encontrarse sin mayores pretensiones mas que compartir.
Ahora vos sabes, un tereré no es sólo un tereré.
Andá preparando el agua, que voy para allá.

Autor: Un paraguayo anónimo

Museu a Céu Aberto da Erva-mate no Paraguai

O turismo comunitário é uma nova modalidade turística que se desenvolve na América Latina como alternativa ao turismo tradicional. Essa nova modalidade permite a conservação ambiental e a participação da comunidade local na gestão turística do território. A medida ganha forma no Paraguai a partir do Consórcio de Desenvolvimento Turístico Rural Comunitário. A ação leva a chancela da Secretaria Nacional de Turismo do Paraguai.

A partir do plano nacional de turismo rural comunitário a diversificação da econômica tendo por base a erva-mate ganha novos desdobramentos. A Secretaria Nacional de Turismo do Paraguai considera que existem circuitos turísticos exitosos em diversos departamentos. Qualifica-los é uma das metas do governo nacional.

No departamento de Canindeyú fica a área do país em que se encontra a Reserva de Biosfera del Bosque Mbaracayú, que compreende uma extensão superior a 300 mil hectares.  No núcleo central dessa área fica a Reserva Natural del Bosque Mbaracayú, declarada como área silvestre protegida em 1991. Nesse espaço é protagonizado, desde 2009, o projeto de desenvolvimento turístico sustentável e tudo é administrado associação turística denominada de Mancomunidad de Mbaracay.

Um dos destaques dos produtos turísticos relacionados com a cultura local é o Museu a Céu Aberto da Erva-mate, localizado na cidade de Curuguaty, no departamento de Canindeyu. Esse é o primeiro museu do segmento do país. Ele funciona junto ao Centro de Educação Familiar Agrícola, localizado na colônia General Artigas no distrito de Curuguaty, que fica a 240 quilômetros de Asunción. Naquele local jovens estudantes internos aprendem sobre o cultivo e a elaboração erva-mate a partir do seu estado natural. O museu ainda oferece uma experiência única para conhecer como viviam os “mensú”, que eram trabalhadores dos ervais e que viviam em regime de escravidão. Assim, é possível conhecer essas antigas instalações do tempo em que a produção de erva-mate era artesanal. A produção do centro é de cerca de 500 quilos de erva-mate por mês. Também são preceitos da entidade trabalhar a terra para valorizar a produção e o autoconsumo.

Fonte:
http://www.vivaparaguay.com/new/index.php/nacionales/4-nacionales/44703-museo-de-la-yerba-mate-es-atractivo-turistico-en-curuguaty
http://mingaonline.uach.cl/pdf/gestur/n15/art01.pdf
http://www.abc.com.py/edicion-impresa/economia/habilitan-un-nuevo-polo-turistico-en-curuguaty-369979.html

Paraguai e o Ka’a Rape

Potencializar o valor cultural da erva-mate e fortalecer os destinos existentes são os objetivos do projeto Ka’a Rape. Ele foi lançado em junho de 2016 pela  Secretaria Nacional do Turismo do Paraguai. Ka’a Rape pode ser traduzido como caminho da erva-mate e envolve os nove distritos do departamento de Itapúa. O Ka’a rape se constitui que mescla natureza, fauna, ciência, tecnologia, costumes e tradições que mesclam a mística a partir da erva-mate. 

No itinerário que tem visitas guiadas é possível conhecer todos os processos pelo qual a erva-mate passa até ficar apta ao consumo. São visitados lugares do plantio, da secagem e que culmina com passagem pelas empresas ervanárias. Outras atrações turísticas estão lá nesta área do país. Também compõem a rota restaurantes, alojamentos, hotéis e empresas transportadoras.

No trajeto é possível visualizar plantações com técnicas utilizadas antigamente e ao mesmo em outros momentos é possível fazer um contraponto com ervais em que são aplicados os novos métodos que aumentaram os rendimentos por hectare, como a produção orgânica de erva-mate. O visitante ai pode conhecer as diferenças e vantagens desse tipo de produção.

O circuito começa pela capital de Itapúa, Encarnación. Depois o passeio continua pela Rota 6 até o município de Capitán Miranda, tido com a Capital da Ciência e Tecnologia Agrícola e também omo a Capital da Horticultura. Na sequencia o tour prossegue por Nueva Alborada, que é a Capital do mel de Abelha. Foi agregado ao roteiro Jesús e Trinidad, sedes das Reduções Jesuíticas, patrimônios da Unesco. Em Trinidad também é possível visitar a comunidade indígena Guavirami. As Colônias Unidas, Hohenau, Obligado e Bella Vista – que é a capital da erva-mate - formam o restante do circuito com centros culturais e ervateiras.

O projeto turístico ganhou forma a partir de 2014 quando foi apresentado no Forúm Internacional de Turismo Cultural. No departamento de Itapúa, se encontro também o Centro de Informações Turísticas Mate Róga ("A casa do mate”, na língua guaranítica).


Fonte:

http://www.senatur.gov.py/images/stories/A%C3%91O_2016/PLAN_NACIONAL_DE_TURISMO_RURAL_COMUNITARIO.pdf
http://www.abc.com.py/nacionales/paraguay-en-busca-de-la-ruta-de-la-yerba-mate-1412035.html
http://itapuanoticias.tv/el-kaa-rape-otra-opcion-turistica-en-itapua/
http://www.senatur.gov.py/index.php?option=com_content&view=article&id=576:2015-02-28-11-37-03&catid=5:destacados

domingo, 17 de julho de 2016

O dia nacional do mate na Argentina

Beber essa infusão implica muito mais do que tomar uma bebida normal, é um gesto de amizade e reencontro. Tomar um mate é ir além de consumir a tradicional infusão do cone sul americano. Tomar um mate é um sinal também de cordialidade. O mate possui um aspecto muito importante na cultura argentina, seu consumo está ligado com a história e é um símbolo de nacionalidade.

Render homenagens ao mate nacional e a sua importância para o país é o objetivo da lei aprovada pela Câmara dos Deputados e Senado argentino. Foi estabelecido que o Dia Nacional do Mate é celebrado, naquele país, em 30 de novembro. Mas, o mate já havia sido declarado, em 2013, pelo Legislativo como “infusão nacional”.

O dia foi estabelecido pelo congresso nacional Argentino por meio da lei de número 27.117 de 2014 e que foi promulgada em 20 de janeiro de 2015. A primeira comemoração foi em 2015.  A lei aprovada tem quatro artigos e o segundo estabelece que a data integra o calendário comemorativo nacional. O Instituto Nacional da Erva-mate destaca que na Argentina "se consome algo como 256 milhões de quilos de erva-mate, o que implica no consumo anual per capita de 6,4 quilos. Ainda segundo o instituto a erva-mate está presente em mais de 90% dos lares argentinos.

A data remete a comemoração ao nascimento de Andrés Guacurarí y Artigas, em 1778. “Andresito”, como é conhecido, foi um militar e caudillista argentino. Foi um dos pioneiros que impulsionaram o federalismo nas Províncias Unidas do Rio do Prata. Foi também o único governador de origem indígena em toda a história nacional Argentina. Ele foi o comandante geral da província de Misiones, quando fomentou a produção e distribuição de erva-mate. A origem de seu nascimento, porém, é impreciso, pois para alguns ele é natura de São Borja – que fica atualmente no Rio Grande do Sul – e outros afirmam que as evidencias destacam que nasceu em Santo Tomé, atual província de Corrientes.

A principal rota da erva-mate da Argentina

Surgiu na Argentina a rota da erva-mate, tida a única rota alimentar do mundo focada nesse segmento e que se apresenta como o símbolo da cultura produtiva do Mercosul. Porém, o mais provável é que essa rota pode ser considerada como a primeira no segmento e não mais a única. O roteiro turístico tem como base o mate que passa pela zona de produção, compreendo o norte da província de Corrientes e Misiones na sua totalidade. Em torno desta cultura, vários produtos turístico-culturais e gastronômicos são ofertados em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva.

A rota é mantida pela Associação Rota da Erva-mate e no passeio é possível desenvolver atividades relacionados com a natureza, história, cultura, esportes e todos os tipos de entretenimentos próprios da região.

São associados a rota turísticas os produtores ervateiros, agroindústrias, setor gastronômico, setor cultural, hotéis e pousadas e empresas de transporte. Enquanto que os membros honorários da rota são a Associação Rural Ervateira Argentina (Asociación Rural Yerbatera Argentina) e a Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires.

A Associação Rota da Erva-mate, uma entidade civil sem fins lucrativos e criada em 2007, tem como função desenvolver, promover e difundir a “Ruta de la Yerba Mate”, que foi declarada Marca País, Marca Argentina e Destino Cultural Argentino, pela Secretaria de cultura de presidência da nação argentina.

A associação representa 170 empreendimentos ligados apenas ao setor produtivo ervateiro e cerca de 18 mil trabalhadores das duas províncias produtoras: Misiones e Corrientes. Informações adicionais podem ser obetidas em rutadelayerbamate.org.ar/.

Festas do mate e sua importância na Argentina

As festas são práticas culturais que definem as identidades das pessoas. É uma forma de celebrar e promover costumes ou atividades produtivas vinculadas ao lugar. São as fetas que articulam o tradicional e o moderno e constituem um espaço de circulação de bens materiais e simbólicos produzidos e apropriados por diferentes atores sociais. Em geral, eles são promovidos e organizados por setores não-governamentais, tanto por exemplo, clubes, associações, centros tradicionalistas, administrações municipais ou agencias governamentais. Com a premissa de manter uma celebração que identifica os argentinos é desenvoldia em diversas localidades, cidades, departamentos e principas eventos em prol do mate.  A eleição do mate como ícone de festa é uma forma de manter vivos os elementos culturais de forma regionalizados.

<Fonte: http://www.fotoslugares.com.ve/>
Já a Fiesta Nacional del Mate y los Artesanos de la Madera – que pode ser traduzida como a Festa Nacional do Mate e dos Marceneiros Artesãos -, é anual e organizado pela administração municipal da cidade de Quines, que fica no departamento Ayacucho, ao norte da província de San Luis. A primeira edição foi realizada em 2012, mas de 1985 até 2001 foram realizadas 15 edições do evento como Festa Provincial do Mate, organizada pelo Centro Folklórico y Cultural del Valle de Quines. O evento passou a ser nacional a partir de resolução do congresso nacional. A declaração de interesse legislativo foi aprovada em 2001 sob o número 273. Esse evento é um dos mais importantes e tradicionais da província, principalmente pela sua permanência ao longo do tempo.

Outro evento focado na erva-mate é desenvolvido na localidade de Colonia Italiana que é uma das sedes argentinas da Festa Nacional do Mate, que transcorre entre agosto e setembro. Colonia Italiana fica situada no departamento Marcos Juárez, província de Córdoba.

Já na cidade de Baradero que fica na província de Buenos Aires é realizada a quase 15 anos a Festa Provincial do Mate. O evento, desenvolvido no Paseo del Puerto, conta com colecionadores do mate, concurso de cevadores e tomadores de mate, eleição da rainha do mate, exposições de artesanato e de micro empreendedores, shows gastronômicos, demonstração e degustação de produtos regionais, jogos infantis e festival de música e dança. Fundada em 1615, Baradero é a cidade mais antiga da atual província de Buenos Aires.

Na localidade de Copetonas, ligada a cidade de Tres Arroyos, a sudeste da Província de Buenos Aires é promovida todos os anos a Festa do Mate e da Torta Frita. A primeira edição ocorreu em outubro de 2013. O evento é uma alusão ao aniversário da localidade que possui menos de dois mil habitantes.  A festa é realizada no prédio do Museu Regional e Centro Cultural de Copetonas. O evento, ligado a identidade local, é aberto a todos os públicos e divulga os costumes, potencialidades e expressões culturais da Copetonas. A festa foi declarada de interesse turístico municipal por meio do decreto 2956-D-2015 editado pelo poder executivo da municipalidade de Tres Arroyos. Ainda são atrações do evento estandes de empreendedores, artesães e outros expositores que ligados a festas populares. Também são oferecidos espetáculos de canto e dança e na gastronomia ainda é destaque a venda de fogones, uma espécie de empanada.

Em Las Rosas, na província de Santa Fe, é desenvolvida desde 10 de outubro de 1993, a Fiesta Provincial del Mate.  O evento no departamento de Belgrano é resultado de uma iniciativa que surgiu do Centro Tradicionalista El Mangrullo, em parceria municipalidade local, a partir do simples proposito de celebrar o mate como elemento de união, companheirismo e amizade. A festa ganhou forma e hoje é desenvolvida por diferentes instituições. A música e o artesanato ganham espaço com artistas identificados com os valores tradicionalistas argentinos. Também de forma previa é realizado o festival Pré-Mate, quando músicos rosenses competem para tocar na festa.

A Festa Winifredense do Mate é outra atração que faz referência a infusão feita a partir da erva-mate. A localidade e município argentino de Winifreda fica no departamento de Conhelo, na província de La Pampa. O evento é realiado no vivero municipal “Ernesto Lucero”. A celebração do mate ocorre em várias estancias a partir do desenvolvimento da programação da festa. Também é um espaço em que os artistas possuem a disposição um palco em meio as montanhas e ao ar livre. A primeira rainha do evento foi elegida em 1977. Depois de um período sem edições, a festa foi retomada em outubro de 2003, sob a organização da administração municipal. O slogan da festa é “onde há um mate, há uma porta para a amizade”.

Em abril é realizada a festa provincial do mate e da amizade, na cidade de Governador Virasoro, na província de Corrientes. A quarta edição foi realizada em 2016. São atrações do evento conferencias, exposições artesanais, estandes com produtos relacionados a erva-mate e eleição da rainha da festa. Governador Virasoro fica a 330 quilometros da cidade de Corrientes, capital provincial, e integra com as cidades de San Carlos, Santo Tomé, Alvear, La Cruz e Yapeyú o Corredor Turístico “Jesuítico-Guaraní”. O corretor oferece a história jesuitica qu chegaram a terra guaranicas e construiram um patromonio jesuítico-guarani único para região. Além disso, Yapeyú é o berço do general sul-americano  José Francisco St. Martin, cujas campanhas foram decisivas para as declarações de independência da Argentina, Chile e do Peru.


Fonte:
http://www.laarena.com.ar/la_provincia-winifreda_se_realiza_la_octava_fiesta_del_mate-126001-114.html
http://www.region.com.ar/productos/semanario/archivo/noticias-la-pampa/fiesta-del-mate-winifreda-1202.html
http://www.lapampa.gov.ar/relevamiento-cultural/2762-fiestas-provinciales-o-pampeanas.html
http://www.lacapital.com.ar/las-rosas-celebran-la-existencia-del-mate-n425702
http://www.lu24.com.ar/anticipan-la-realizacion-de-la-2o-edicion-de-la-fiesta-del-mate-y-la-torta-frita/
http://www.dailyweb.com.ar/noticias/val/3010-17/9%C2%B0-fiesta-provincial-del-mate-en-baradero-provincia-de-buenos-aires.html
http://www.lu24.com.ar/convocatoria-para-participar-de-la-fiesta-del-mate-y-la-torta-frita/
http://www.buenosaires.tur.ar/eventos/1781
http://www.lapampa.gov.ar/relevamiento-cultural/2762-fiestas-provinciales-o-pampeanas.html
http://ezenlaweb.com/comunidad/archives/fiestas-nacionales-y-provinciales-en-argentina