domingo, 3 de abril de 2016

A erva-mate de sabor suave de Machadinho

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O município gaúcho foi emancipado em 28 de maio de 1959 e com a população descendentes de italianos, alemães e poloneses deu origem a erva-mate comercial com sabor suave e partir de preços razoáveis. A qualidade dessa planta para o mercado interno de chimarrão é bastante valorizada, o que garantiu a implantação de um exitoso programa de cruzamento da planta em um sistema agroflorestal.

Assim, a Embrapa Florestas e a Associação dos Produtores de Erva-Mate de Machadinho (Apromate) melhorou geneticamente a planta que passou a ser denominada de a Progênie cambona 4. Esse cruzamento virou um “programa de renda e emprego para a agricultura familiar do município e das regiões ervateiras do Estado do Rio Grande do Sul”, como afirma chefe-geral da Embrapa Florestas, Helton Damin da Silva.

A cambona 4 é reconhecida e registrada pelo Ministério da Agricultura como “cultivar de erva-mate” e também a primeira e única progênie bi-clonal da planta do Brasil. O desenvolvimento da cultivar garantiu ao município ser premiado nacionalmente pela preservação e integração do social e ambiental. O setor ervateiro em Machadinho é destaque pelo desenvolvimento de sistemas agroflorestais, já que a erva-mate consorciado com árvores nativas melhora a qualidade da matéria prima.

Hoje a Cambona 4, pelo seu sabor diferenciado, é adquirida para a elaboração de chás, bebidas, infusões e outros produtos. A erva-mate cambona produzida na região é exportada para mais de 11 países. Os primeiros 680 mil quilos de erva cambona foram exportadores em 2013 para o Uruguai. A nova variedade da erva-mate rende até mil arrobas por hectare, enquanto a que a planta tradicional rende até 470 arrobas. Machadinho produz na atualidade, a semente, a muda e a erva-mate, por meio da ervateira Cambona, criada em 1997.

A organização do setor ervateiro local ganhou forma a partir de 1994 quando foi criada a Apromate. A partir dessa organização a erva-mate foi a planta escolhida para ser representada na festa oficial do município. A primeira edição da Festa latino-americana do Mate (Festchêmate) ocorreu em 2001. Ao longo do evento ainda foi agregada a promoção da Feira Municipal Pró Turismo e Comércio (Femuca). Os objetivos dos eventos sempre divulgar as potencialidades locais e ampliar a visibilidade do município e seus indicativos de prosperidade. Números divulgados pelas administração municipal de Machadinho indicam que na edição de 2015, dez mil pessoas estiveram no evento e em torno de três milhões de reais foi a geração em negócios.

Para Melo (2010) o setor ervateiro de Machadinho possui peculiaridades. Uma delas é grande jovialidade que possui com a sua cadeia produtiva estruturada. No caso das indústrias ervateiras, o município possui apenas uma unidade de processamento para o mercado interno e outra para a exportação. O preço da arroba de erva-mate no município está entre os melhores do país. E ganha forma a organização do processo de produção de sementes e mudas para que forma posterior seja possível a emissão do certificado. Ainda cabe ressaltar que a lei municipal nº 566, instituída em 1983, para validar os símbolos oficias do município, foi alterada em 2011 para incorporar a erva-mate – entre outros elementos – como símbolo municipal.

MELO, Ilvandro Barreto de. Mapeamento da cadeia produtiva da erva-mate no município de Machadinho: Desafios e Propostas. São Leopoldo 2010. Disponível em <http://www.emater.tche.br/site/arquivos_pdf/teses/Mono_Ilvandro_Melo.pdf>. Acesso 03 de abril de 2016.
HISTÓRICO – Site Oficial da Prefeitura Municipal de Machadinho. Disponível em <http://www.machadinho.rs.gov.br/pagina/495/historia>. Acesso 03 de abril de 2016.
ZANON, A. Produção de Sementes de Erva Mate. Curitiba, Embrapa CNPF, 1998. 8p. (Embrapa CNPF – Circular Técnica, 16)

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