segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Projeto pretende resgatar e conservar parte da diversidade genética da erva-mate

Um projeto para resgatar, multiplicar e conservar o material genético de erva-mate (Ilex paraguariensis) de árvores matrizes selecionadas nos remanescentes florestais nativos no Rio Grande do Sul começa a ser estruturado como ação do Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-mate. O projeto tem previsão de início ainda neste ano, com intensificação nos cinco polos ervateiros do Estado a partir de 2021.

Desenvolvido em parceria com as instituições da cadeia produtiva ervateira, o projeto tem a finalidade de perpetuar para gerações futuras a base genética dos ervais gaúchos, evitando uma perda irrecuperável desses materiais, que até então conseguiram sobreviver e evoluir diante das mudanças no uso da terra e a perda da cobertura de floresta nativa.

O projeto prevê três etapas distintas: resgate, multiplicação e conservação. A primeira consiste na identificação de cada árvore doadora do genótipo, a segunda, na coleta e multiplicação do material identificado e a terceira, na conservação em bancos de germoplasma e reintrodução de materiais genéticos resgatados nos locais de origem. Não necessariamente, a seleção do material irá visar melhoramento, mas a preservação da diversidade.

Conforme o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater/RS-Ascar, Ilvandro Barreto de Melo, embora o projeto tenha alcance estadual, a formatação seguirá a estrutura geográfica dos polos ervateiros do RS, com a finalidade de respeitar ao máximo a característica e a distribuição das populações locais da espécie em acordo a cada região ervateira do Estado.

Ainda segundo Melo, o projeto "permitirá conservar na linha do tempo, para as futuras gerações, parte da expressiva diversidade genética presente na árvore símbolo do Rio Grande do Sul, que além de economia, é cultura, convivência social, sustentabilidade, identidade e simbolismo do povo sul-americano”.

domingo, 20 de setembro de 2020

Casa da Erva-Mate em Bento Gonçalves

 

A Serra Gaúcha é prodigiosa em atrações. Dos vários passeios que Bento Gonçalves oferece aos turistas um dos clássicos é Caminhos de Pedra. Neste roteiro encontra-se a Casa da Erva-Mate. O prédio, construído em 1884, num primeiro momento, serviu como moinho da família Cecconello, que fabricava farinha de milho. Contudo, quem assumiu o lugar em 1956 foi família Ferrari. A preservada casa deu lugar ao que até hoje é a Casa da Erva-Mate Ferrari.

 No local, há um pequeno moinho, já que o processo ali demonstrado é artesanal e os soques - que moem as folhas - são movidos por uma roda d'água. As folhas, depois de cortadas nas árvores, são levadas para um forno aquecido. A erva depois de moída está pronta para ser servida no chimarrão.


Depois da visitação, a pessoas podem vir até a loja, onde é ensinado a preparar o chimarrão e depois oferece degustação. O varejo também concentra uma grande variedade de artigos e produtos ligados à erva-mate e ao tradicionalismo gaúcho. A casa ainda apresenta um cenário natural diferencial, que serve também para gravações e fotografia.

O roteiro Caminhos de Pedra pode ser percorrido de forma independente ou em grupos. A estrada é bem sinalizada e totalmente asfaltada. Roteiro Caminhos de Pedra adotou ainda o selo “ambiente limpo e seguro” em seus empreendimentos e tem por objetivo ser um indicador de segurança para turistas, empreendedores e funcionários para o enfrentamento da pandemia provocada pelo Covid-19.

A Casa da Erva-Mate fica em Linha Palmeiro, distrito de São Pedro.

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

'Um altar à tradição' em São Gabriel

 


A ‘Terra dos Marechais’, ‘Princesa das Coxilhas’ ou ainda a ‘Atenas Rio-Grandense’, apelidos pelo qual é conhecido o município de São Gabriel, está localizada no eixo de passagem de turistas de vários países do Mercosul e que tem crescido nos últimos anos.

São Gabriel possui uma proximidade destacável com a cultura e tradição da erva-mate. Tanto pela história da cidade remontar aos idos de 1750, por conta do surgimento das primeiras estâncias jesuíticas, dos Sete Povos das Missões, e também por ter sido lá que foi edificado um chimarródromo público. Talvez o primeiro com repercussão no Rio Grande do Sul.

O primeiro chimarródromo, inaugurado em 1982, ficava no Calçadão, uma via exclusiva para pedestres. Esse espaço diferenciado, que fornecia água quente, era único e chegou a ser reverenciado em cantados, prosas e versos como um patrimônio do tradicionalismo gaúcho. No seu pilar principal havia uma placa em que havia, entre outros dizeres, a frase ‘Um altar à tradição’.

O chimarródromo, que foi uma atração turística na cidade, foi projetado orginalmente por Vitor Silveira Corrêa. Mas o monumento que fez sucesso também país afora precisou ser desativado por questão de segurança. Tratava-se, na época, de uma exigência do Corpo de Bombeiros para facilitar o acesso às lojas e imóveis do Calçadão no caso algum sinistro.

Dez anos depois, uma réplica do chimarródromo foi inaugurado na cidade, mas tendo agora por local a praça Fernando Abbott. O novo chimarródromo é um monumento menor, mas possui bancos para a comunidade poder sentar e tomar seu chimarrão. A obra, inaugurada em setembro de 2019, esteve sob responsabilidade dos engenheiros Eltom Luiz Mota Nunes e Vanessa Machado Borges e do arquiteto Ivan Cezar Balsam.

Junto ao monumento foi descerrada uma placa. O chimarródromo leva o nome de Vitor Silveira Corrêa. Antes disso, ainda 2017, no Legislativo, foi formalizado pelo para reconstrução do chimarródromo. Ele foi descrito como “símbolo do município, visando incentivar a cultura, as tradições e o lazer”.

A reimplantação foi tida como retorno as raízes e a valorização das tradições culturais. A exemplo do primeiro chimarródromo, o segundo monumento também tem na base do eixo de uma roda de carreta. Ele faz jus e homenageia os carreteiros, já que São Gabriel é conhecida como o último reduto dos carreteiros. Tanto é que no distrito de Tiarajú, na zona rural do município, existe o último núcleo de carreteiros do Brasil.

domingo, 6 de setembro de 2020

Caarapó, a terra da erva-mate


O nome do município de Caarapó deriva de um termo oriundo da língua guarani. O topônimo de origem indígena é traduzido como sendo raiz de erva-mate, mas que em síntese, significa ‘terra da erva-mate’. A cidade, emancipada em emancipação no dia 31 de janeiro de 1963, tem como uma de suas fontes de renda o turismo.

Habitado inicialmente por "mineiros", como eram chamados os empregados da Cia Mate Laranjeira, o primeiro povoado do município era formado por trabalhadores que se dedicavam à extração da erva-mate, muito produtiva na região, e assim fazendo jus ao nome da cidade.

Em setembro de 2019 foi inaugurado o monumento cultural O Tereré, que fica na Avenida Fernando Correa da Costa, na entrada da Vila Setenta. O monumento homenageia a colônia paraguaia radica no município pela sua contribuição na formação cultural da população local.  O tereré, ao lado de comidas típicas como a chipa e a sopa paraguaia, está presente no dia a dia da população de Caarapó.


Antes disso, foi inaugurado em Caarapó outro monumento, O Chimarrão, em homenagem à colônia gaúcha. Trata-se de réplica de uma cuia que representa a mais tradicional bebida típica do povo gaúcho. A ação, inaugurada em maio de 2019, faz jus à colônia gaúcha radicada no município.

Há registros da presença de gaúchos no local onde seria erguida a cidade de Caarapó já na década de 1870, logo após a Guerra da Tríplice Aliança, que atuaram na exploração da erva-mate nativa, abundante na região.

Caarapó, no Mato Grosso do Sul, se emancipou a partir de Dourados. 

 

 

 


domingo, 16 de agosto de 2020

Novo Barreiro e os caminhos da erva-mate

Novo Barreiro é um município essencialmente agrícola e com farta produtividade de erva-mate, por isso é conhecido como "terra da erva-mate". O município leva no brasão de armas um ramo de erva-mate e à cultura também é referenciada no hino municipal: “Este é o berço de agricultores, de empresários, ervateiros e professores”.

O município se destaca pelo cultivo de erva-mate essencialmente sombreada. São 16 indústrias e mais de 20 marcas ligadas ao segmento. São gerados 200 empregos diretos. Mais de 70% das propriedades rurais do município tem erva-mate plantada ou nativa, embora essa não seja a atividade principal desses imóveis, informa a Prefeitura.

A erva-mate de Novo Barreiro é vendida para outros estados brasileiros e é até mesmo exportada. A partir disso, foi criado a Feira da Erva-Mate (Feimate) que é classificada como sendo um evento que engloba cultura, indústria, comércio, agronegócio e shows. O principal objetivo é demonstrar as potencialidades do município e promover intercâmbios culturais e sociais entre com a região. A Feimate teve a sua primeira edição de 24 a 26 de setembro de 1993. A nova edição foi em 2019.

De forma mais recente surgiu o roteiro turístico Caminhos da Erva-Mate. Ele é classificado como um roteiro pedagógico, rural, gastronômico e de lazer, que foi criado para mostrar ao público todos os processos de produção da erva-mate, desde a semente até o produto final pronto para o consumo. Além das paisagens, os visitantes conhecem o modo de vida dos produtores de erva-mate e as diferentes formas de cultivo e vivenciam ainda os costumes e tradições preservadas dos antepassados, conhecer as paisagens naturais e as áreas de lazer do município.

Novo Barreiro passou a ser colonizado a partir de 1850. A emancipação, a partir da cidade de Palmeiras das Missões, se deu em 20 de março de 1992.


domingo, 26 de julho de 2020

Tupanciretã e o Monumento ao Gaúcho


Para quem é bairrista e gosta de conservar a cultura gaúcha, precisa conhecer o Monumento ao Gaúcho, inaugurado no dia 13 de setembro de 2010, no início da Semana Farroupilha.

O espaço é uma homenagem ao povo gaúcho, que está representado por um monumento de uma mão que segura uma cuia, com o mapa do Rio Grande do Sul.

A arte foi esculpida em pedra de arenito e fixada na rótula de cruzamento entre as principais avenidas da cidade, em frente da Praça Coronel Lima.

 O monumento foi criado em alusão à história da cidade, principalmente sobre sua ligação com o povo indígena, suas culturas em agricultura e pecuária. Um lindo lugar para tirar fotos e ter uma recordação de Tupã.

Erechim, a cidade Capital da Amizade


"Quem passar pelo planalto com certeza
ao olhar para a mais bela natureza
há de ver campos de mel de guamirim
vai provar o mate da hospitalidade
vai levar no coração uma saudade
e a vontade de voltar pro Erechim."
                                   (Os Monarcas)

Erechim é mais do que a maior cidade da região do Alto Uruguai, região de planalto que circunda o grandioso Rio Uruguai. Erechim é reconhecida como a Capital da Amizade, pela sua hospitalidade. Aliás, quase tudo na cidade remete a uma conversa, em uma boa roda de chimarrão! Até porque a cidade possui diversas ervateiras.


Localizado em frente à Câmara de Vereadores, o monumento em homenagem à cultura do chimarrão foi inaugurado no dia 20 de setembro de 2006. Composto por uma cuia de chimarrão e uma chaleira, trata-se de uma referência ao hábito de chimarrear, tão comum na cultura gaúcha. Confeccionada em fibra de vidro, a cuia tem 1,97 metros e a chaleira (com o suporte) mede 2,20 metros.

Erechim é um termo indígena caingangue que significa "campo pequeno". Uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, basicamente de origem italiana, alemã, polonesa, judaica, além dos primeiros habitantes da região serem os povos indígenas caingangues e guaranis.

O monumento também teve por objetivo de reforçar que a festa do chimarrão, apesar de hoje ser realizada em Venâncio Aires, na década de 1970 já era realizada em Erechim.

Áurea e erva-mate


O município gaúcho que se denomina como a Capital Polonesa do Brasil possui forte ligação com a cultura ervateira. Tanto o hino, quanto o brasão municipal de Áurea, no nordeste do Estado, fazem referência à cultura extrativista da erva-mate.

No início da colonização oficial em 1911 consta que, em Áurea, havia apenas pés de erva-mate nativa. Hoje a economia local é baseada na agricultura, entre as quais o processamento de erva-mate para o chimarrão. O município é caracterizado por possuir o ciclo completo da erva-mate, ou seja lá é produzida a planta, colhida e industrializada. São dezenas de indústrias e centenas de produtores envolvidos na cultural.

Muitos são os produtores produtores que possuem em suas propriedades ervais mais que centenários. São plantas marcadas por terem um sabor mais característicos e folhas mais densas as cultivadas atualmente.

É também no município que realizado o tradicional Baile da Erva-Mate. O evento foi realizado por décadas e depois esquecido. Mas, foi retomado em 2016. O baile, mais do que prestigiar produtores e ervateiras, representa uma fatia considerável da economia. O evento premia destaques em diversas categorias, como "produtor de matéria-prima", "viveirista produtor de mudas" e "indústria inovadora". O evento teve caráter beneficente para entidades locais.

O povoamento iniciou com a chegada de imigrantes poloneses. Em 1938, o local foi chamado de Princesa Isabel, e em 1944 passou a denominar-se simplesmente de Áurea. Quando os imigrantes poloneses chegaram ao Rio Grande do Sul ainda na época do império, a princesa Isabel acolheu e ajudou as famílias que perderam seus filhos devido a uma forte epidemia.

Com a intenção de lembrar as atitudes da princesa Isabel, o local passou a levar o principal de seus feitos: assinatura da lei de abolição da escravatura. A lei estadual nº 8419, que cria o município foi assinada em 24 de novembro de 1987.  

Dia Estadual do Produtor da Erva-Mate no Paraná

É comemorado anualmente em 2 de fevereiro o Dia Estadual do Produtor da Erva-Mate no Paraná. A partir da aprovação do projeto de lei pela Assembleia Legislativa e com a sanção governamental, a data passou a constar no calendário oficial do Estado. A publicada no Diário Oficial ocorreu em 6 de junho de 2019.
A escolha pelo dia 2 de fevereiro se dá pelo fato de nesta data, em 1885, ter sido inaugurada a Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, que permitiu o transporte da erva-mate para exportação. Ainda na então justificativa do projeto, de autoria do deputado estadual Hussein Bakri, foi destacado que é um gesto simbólico, mas que representa muito por ser um setor crucial para a economia, história e cultura do Paraná.
Ainda segundo a justificativa, a erva-mate é uma das maiores responsáveis pela construção da identidade histórica do Paraná. Por quase um século, entre 1853 e 1929, o produto respondeu por cerca de 85% da economia estadual. Além disso, a região do Vale do Iguaçu, no Sul do estado, é considerada a maior produtora de erva-mate do mundo.



Cruz Machado, capital da erva-mate sombreada


Além das belezas naturais e da cordialidade de seu povo, o município de Cruz Machado, no Paraná, se orgulha de ser conhecido como maior produtor de erva-mate sombreada do Brasil e do mundo. Cruz Machado está encravada no Vale do Iguaçu, junto de florestas de araucária. Essa privilegiada localização conduziu a economia local para a cultura da erva-mate e garante uma produção próxima de 90 mil toneladas de erva-mate em folhas ao ano.

A erva-mate gera empregos e renda ao longo de toda sua cadeia produtiva e também possibilita a conservação da fisionomia florestal nativa, já que a maior parte da produção paranaense é proveniente de ervais nativos ou sombreados. Nesse caso, a erva-mate é manejada em associação a espécies florestais nativas, como a araucária e a imbuia. Esse sistema de extrativismo ervateiro, além de favorável ao meio ambiente, confere a erva-mate aroma e sabor diferenciados.

A vasta produção de erva-mate de Cruz Machado, após ser processada e cancheada, é vendida em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Hoje, encontram-se instaladas em Cruz Machado mais de dez indústrias do ramo ervateiro, entre elas indústrias sediadas em Venâncio Aires, Erechim, Barão do Cotegipe, Arvorezinha e Ijuí, do Rio Grande do Sul. A planta local também é exportada para nações da Europa e da Ásia, além dos Estados Unidos.

Projetos concedem para o município de Cruz Machado os títulos de capital nacional e estadual da erva-mate sombreada. Um aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná, em 8 de julho de 2020, concedeu o titulo estadual. A proposta do deputado Hussein Bakri, tramitava desde setembro de 2019.

Paralelo a isso, ao longo de 2019 tramitou projeto do deputado Toninho Wandscheer que pretende conceder nacionalmente o mesmo título. Depois de aprovado em dezembro, o projeto foi remetido para apreciação do Senado. Mas lá está baixado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte e aguarda designação de relator.

A denominação da localidade é homenagem ao Antônio Cândido da Cruz Machado, senador do Império pela Província de Minas Gerais e benemérito paranaense por ter sido favorável à emancipação política da Província do Paraná, em 29 de agosto de 1853.