segunda-feira, 30 de maio de 2016

Gramado tem espaço para a história da erva-mate

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Empreendimento privado chama a atenção em gramado por se dedicar representar parte da cultura gaúcha. O Parque Gaúcho, localizado em Gramado, é tido pelos idealizadores como o único parque temático do mundo que trate da formação e evolução do gaúcho, seus usos e costumes. O empreendimento, inaugurado em dia 14 de novembro de 2011, possui setores focados em cultura, gastronomia e lazer.

Em área de 120 mil metros quadrados, o parque conta com Memorial do Gaúcho, em que um dos destaques é a o setor da erva-mate. Nesse espaço são retratados os momentos mais marcantes da planta que é um dos símbolos oficiais do Rio Grande do Sul.

Também é mantida dentro do parque a chamada Escola do Mate, que em eventos especiais deixa as dependências da iniciativa para ir ao centro de Gramado. Essa escola destaca a origem e as formas de beneficiamento da erva-mate, além de apresentar os benefícios e curiosidades sobre o mate gaúcho. Os visitantes aprendem a preparar e a tomar a bebida típica também chamada de mate.

Outro atrativo do empreendimento é a Cidade dos Gaúchos, que foi inaugurada em agosto de 2012. Na Cidade dos Gaúchos foi erguida uma tolderia de couro usada como habitação pelos índios pampeanos, uma oca de capim santa fé dos índios guaranis, uma capela de pedra, que representa a presença dos europeus no pampa, a estância cimarrona, feita em torrão com telhado de capim santa fé, o bolicho de campanha e o fogo de chão, onde são  contadas as lendas gaúchas.

O espaço temático interativo apresenta os principais tipos de habitação do interior do pampa no século 18. No total, são 10 mil metros de área coberta. O Parque Gaúcho fica no Km 35 da RS¬235, na mesma entrada do Gramadozoo.

Mas, ainda em Gramado existe roteiro de agroturismo que apresenta a cultura dos europeus que vieram para o Brasil no período colonial. É possível conhecer o moinho com roda d’água utilizado para produzir a farinha de milho, e na ervateira é possível acompanhar o processo de transformação da erva-mate até o chimarrão,

http://massanews.com/noticias/turismo-e-viagem/agricultura-familiar-impulsiona-roteiros-turisticos-Ba5MP.html

Dia do chimarrão no Rio Grande do Sul

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O chimarrão faz parte da tradição de diferentes povos e no Brasil essa atividade está concentrada de forma mais intensa na região sul. Nessa região, a água quente na cuia fortalece o sabor da tradição. Para os gaúchos, o mate – como também é conhecida a bebida feita a partir da infusão que mistura erva-mate com água aquecida – é essencial em vários momentos do dia. Por isso, o chimarrão é o hábito típico mais difundido entre os gaúchos e na sequencia figuram o arroz de carreteiro e o churrasco. Se pode matear sozinho ou acompanhado, bem como também no lazer, na rua, na aula ou no trabalho. Alguns o preferem pela manhã para começar bem o dia, outros depois do almoço. Logo após a sesta ou mesmo antes da janta. O certo é que para apreciar um chimarrão é indiferente o momento, a condição social ou cultura. Nem mesmo a beira da praia, junto a orla, o bom verde é deixado de lado. Hoje em dia o chimarrão é uma ferramenta essencial para bem acolher o visitante e uma das formas de celebrar a vida. O doce-amargo é cada vez mais símbolo de amizade e hospitalidade.

No Rio Grande do Sul todas essas ações ganharam eco e transforaram a bebida e a planta símbolos do estado. O hino, a bandeira e o brasão de armas são símbolos oficiais, mas outros foram agregados, a árvore da erva-mate, o cavalo crioulo, a ave quero-quero, a planta Marcela, a flor Brinco de Princesa e a estátua Laçador. A árvore de erva-mate "Ilex Paraquariensis" foi elevada a ícone a partir da lei de número 7.439, de oito de dezembro de 1980. Nessa mesma lei foi instituída a "Semana Estadual da Erva-mate", a ser comemorada, todos os anos, na segunda semana de setembro. De forma mais recente foi instituído no Rio Grande do Sul, o chimarrão como bebida simples. Na mesma dada em que passou a ser celebrada a bebida, o churrasco foi elevado a “prato típico”. O Dia Estadual do Chimarrão, a ser ser celebrado em 24 de abril, foi autorizado pela lei de número 11.929, de 20 de junho de 2003. A lembrança é referência a fundação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas no mundo, o 35 CTG, localizado em Porto Alegre. O 24 de abril foi sugestão do Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Embora, atualmente o hábito de consumir chimarrão seja sinônimo de congregador, aproximador e de valorização do espirito democrático, nem sempre foi assim. Teorias e investigações indiquem que a origem da palavra venha do castelhano (cimarrón), que significa “clandestino”. Apesar do radical ter sido adotado no português, é provável que a expressão tenha sido estabelecida no século XIX, quando o Paraguai proibiu o comércio, em especial a exportação do mate, mas não conseguiu evitar que a erva circulasse de maneira clandestina. Outra teoria que também vem da língua espanhola estabelece que cimarrón é vem de expressões como chucro, bruto e bárbaro. Esse teria sido o vocábulo empregado em quase toda a América Latina, para se referir aos animais domesticados que se tornaram selvagens. A medida seria uma referência aos colonizadores que se apropriaram de bebida dos nativos.

Mas o certo é que com o passar dos séculos o costume de passar o porongo de mão em mão virou uma tradição social e cultural já consagrada no convívio humano. O aspecto conciliador que o chimarrão atualmente transmite foi iniciado a partir de observações de um médico alemão que visitou o Rio Grande do Sul. Roberto Avé-Lallemant (1812-1884) esteve no estado em março de 1858 e ao descrever suas observações da viagem, afirmou que o chimarrão é “símbolo da paz”. No livro “Viagem pelo Sul do Brasil” e impresso no Rio de Janeiro em 1953 ainda destacou fez outras observações sobre a bebida: “O símbolo da paz, da concórdia, do completo entendimento – o mate! Todos os presentes tomaram o mate. Não se creia, todavia, que cada um tivesse sua bomba e sua cuia própria; nada disso! Assim perderia o mate toda a sua mística significação. Não há nisso, nenhuma pretensão de precedência, nenhum senhor e criado; é uma espécie de serviço divino, uma piedosa obra cristã, um comunismo moral, uma fraternidade verdadeiramente nobre, espiritualizada! Todos os homens se tornam irmãos, todos tomam o mate em comum!”.

Hoje a erva-mate é muito mais do que chimarrão ou hábito, pois cada vez mais essa planta ganha status de alimento e mesmo de medicamento.

domingo, 29 de maio de 2016

Erva-mate: imaginário e perspectivas

Há uma visível tendência pela valorização e preservação das identidades regionais, mesmo com o intenso processo de globalização. A erva-mate representa uma dessas resistências culturais, sociais e econômicas imensurável aos países do cone sul americano. Se tivéssemos que eleger um símbolo incontestável e comum aos países do Mercosul, o eleito seria a erva-mate, que é justamente a matéria prima para o chimarrão ou mate, tererê e chá-mate. Muitas foram as contribuições bibliográficas e ao desenvolvimento cultural regional que a planta nativa da América do Sul tem proporcionado.

Estudar esse tema a partir da memória social da população, constitui um importante campo de análise para se compreender a formação de uma região. Mais do que conservar esse hábito centenário que é consumir a planta nativa da América do Sul, principalmente na forma de chimarrão ou tererê, novas perspectivas ganham forma para, inclusive, levar essa resistência sulista as demais regiões do mundo a partir de diferentes produtos.

As bebidas são itens que completam os cardápios dos povos. Elas têm funções fundamentais de representar as tradições gastronômicas das pessoas. É o caso do chimarrão, que é um precioso chá feito das folhas da erva-mate.  Repleto de história, tradição, costumes e traz estampadas as identidades culturais de muitos povos indígenas.

A riqueza da erva-mate foi registrada ao longo dos tempos em diferentes texto e por diversos atores, mas sempre ligados ao contexto histórico dos movimentos sociais e instituições. Os responsáveis pelo registro garantem visibilidade dos atores sociais que constituem a história regional. É nessa perspectiva que atua Thompson (2001), que afirma:

                                                              A transformação histórica acontece [...] pelo fato de as
                                                              alterações nas relações produtivas serem vivenciadas na vida                                                                 social e cultural, de repercutirem nas ideias e valores humanos                                                                e de serem questionadas nas ações, escolhas e crenças                                                                            humanas.

Novas interpretações históricas passam pela inclusão de atores sociais até então foram desconsiderados. O reconhecimento da multiplicidade de vias que nos definem como sociedade cria a chamada identidade a partir de uma perspectiva social. Esse espaço de relações é dinâmico, mas acima de tudo é um processo continuo de construção e desconstrução (MAHEIRIE, 1994).

Nos últimos anos, diversas áreas têm promovido pesquisas relacionadas a erva-mate. Muito se escreveu sobre a história da erva-mate (Ilex paraguariensis, Saint-Hilaire) no Brasil e nos países vizinhos. Debates foram feitos sobre os sujeitos sociais envolvidos, estudos culturais e manifestações folclóricas sobre o mate. Estudos ainda foram feitos sobre a qualidade dos solos, áreas de plantio, viabilidades econômicas e até mesmo sobre a qualidade do produto vendido ao consumidor. Porém, mais do que entender o processo histórico, faltam relatos que demostrem o momento atual da erva-mate; o seu reconhecimento, valorização nos diferentes estados brasileiros e países.

Toda sociedade é interligada por símbolos e mitos que estão presentes na sua história e mantém vivo o seu passado, presente e futuro. Isso é consequência dos principais eventos ou mesmo fatore que assinalaram o seu desenvolvimento. Esses símbolos se tornam parte do imaginário social da população, que mesmo não estando envolvido em determinadas ações históricas,  desenvolve um sentimento de pertencimento. O imaginário é um importante elemento das relações sociais, pelas quais são lançadas representações completas e integrais da sociedade e de cada indivíduo que nela atua. Além disso, o imaginário é um fator de inserção da atividade pensante individual em um fenômeno coletivo (FLAUSINO, 1999).

As sociedades determinam as suas identidades por meio do imaginário e constroem suas ideologias e utopias, mas também por símbolos, alegorias e ritos, expressões que podem tornar-se poderosos elementos de projeção de interesses, aspirações ou medos coletivos (CARVALHO, 1990). Assim, o imaginário cria um conjunto de imagens e conceitos que representam uma conjunto e que tem a capacidade de cunhar o real (PESAVENTO, 1999).

A construção desse imaginário passa ainda pelo desenvolvimento defestas, que são práticas culturais que definem as identidades das pessoas. É uma forma de celebrar e promover costumes ou atividades produtivas vinculadas ao lugar. São as fetas que articulam o tradicional e o moderno e constituem um espaço de circulação de bens materiais e simbólicos produzidos e apropriados por diferentes atores sociais.


O certo é que a erva-mate – e principalmente pelos tradicionais chimarrão, mate, tererê ou chá-mate - permite unir todos os povos irmãos e transpor fronteiras geopolíticas, conseguindo fortalecer os laços de amizade. A erva-mate facilita a renovação dos valores mais nobres herdados de nossos antepassados ​​que já cultivavam essa planta no cone sul americano. Tudo isso habilita a erva-mate como símbolo maior da cultura produtiva do Mercosul.

Erva-mate: em busca do mundo 

A erva-mate é uma espécie de planta que possui grande importância econômica, cultural e ambiental para países, estados ou províncias e mesmo municípios. Com o ressurgimento da importância econômica do mate, crescem as indagações para identificar os reais problemas com os quais, até o presente, têm convivido seus produtores, numa atividade que, até certo ponto, pode ser definida como artesanal. Para a elevação dos índices de produtividade da espécie são necessários estudos e pesquisas que forneçam respostas para a problemática que envolve a atividade ervateira. Produtos de melhor qualidade e melhor preço podem ser oferecidos à indústria, por meio aplicação de novas tecnologias. Para isso, são necessários conhecimentos ampliados da fisiologia e da ecologia da planta, das utilidades da medicamentosas, alimentícias e nutricionais do produto nativo da América do Sul.

A erva-mate pode ser considerada para inúmeras possibilidades, porém a literatura aponta que há necessidade de aprimoramento na qualidade dos seus produtos e na projeção das suas potencialidades. Um dos focos principais dos estudos sobre erva-mate envolve o conhecimento de compostos presentes em bebidas produzidas a partir da suas folhas, visto que nas últimas décadas o interesse por produtos com capacidade antioxidante apresentou elevado crescimento. Em relação às investigações que vinculam o consumo de produtos a base de erva-mate (Ilex paraguariensis) com a saúde foram verificados avanços nos últimos anos. Vários estudos demonstram os benefícios de substâncias presentes em extratos de erva-mate e suas ações como antioxidante, antiinflamatório, antimutagênico, agente antiglicação e redutor de peso. Entre os compostos conhecidos estão ácidos fenólicos, saponinas, xantinas, minerais e vitaminas (BRACESCO et al., 2003; MATSUMOTO, 2009; HECK E MEJIA, 2007; FILIP et al., 2010).

No Brasil ela é explorada de forma econômica em cerca de 486 municípios, engloba cerca de 180 mil propriedades rurais, que em sua grande maioria são tidas como produtores familiares. São cerca de 725 empresas processadoras e que juntos geral 710 mil empregos. A produção nacional está próxima a 450 mil toneladas ao ano que são industrializados. Os dados ainda mostram que 80% da produção brasileira de erva-mate é vendida ao mercado interno e restante é exportado para países como Uruguai, Chile, Alemanha e Estados Unidos (DA CROSE & FLOSS, 1999 e WINGE et al., 1996)
A classificação lIex paraguariensis se deve ao naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire; o termo paraguariensis talvez provenha de Paraguari, nome de pequena localidade do Paraguai, ou de Paraguaia, nome latino daquele país. Apesar da denominação paraguariensis, o próprio naturalista reconheceu em viagens posteriores a região, que a planta tem uma ocorrência muito maior no Brasil. Ter atribuído a nomenclatura da planta ao Paraguai se deve ao fato daquele país ter sido visitado por St. Hilaire antes do Brasil.

A área de distribuição natural da erva-mate (lIex paraguariensis St. Hil.) abrange uma área próxima a 540.000 km², compreendendo territórios do Brasil, Argentina e Paraguai. No Brasil a área cultivada corresponde a 450.000 km², o que representa cerca de 5% do território nacional. Já ao somar áreas do Paraguai e Argentina, a área fica ampliada para 540.000 km², o que abrange 3% do território da América do Sul (OLIVEIRA & ROTTA, 1985).

A erva-mate nativa é encontrada de forma preferencial entre 500 e 1500 metros podendo, contudo, ser encontrada em regiões situadas em altitudes acima ou abaixo destes limites, porém de maneira mais esparsa. Basicamente, a Ilex paraguariensis cresce espontaneamente em regiões constituídas por matas de Araucaria angustifolia e matas subtropicais úmidas do sul do Brasil. A erva-mate é uma espécie florestal com exigências ecológicas bem características que devem ser observadas por ocasião de plantios comerciais fora da sua área de dispersão natural.

A maior parte da literatura disponível sobre lIex paraguariensis menciona que a área mais volumosa estão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. São ainda mencionadas áreas ligadas aos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Mas dados atualizados não mencionam mais a existência da planta nessas áreas, mesmo que de forma isolada. O que pode explicar que a citação da existência da erva-mate se deve ao fato da utilização indiscriminada da nomenclatura popular de congonha ou caúna às várias espécies do gênero lIex, que ocorrem nas regiões centro-brasileiras.

Por conta do desmatamento, expansão da fronteira agrícola junto com o aumento do consumo a erva-mate passou ser plantada e cultivada de forma natural (homogênea pura) ou em associação. A estimativa dos órgãos que representam o setor é de que 15 milhões de mudas de erva-mate são produzidas todos os anos na região sul. Embora mudas sejam produzidas a partir de ervais nativos, implementados e também sem critério nenhum de seleção.

Mais do que a variedade típica lIex paraguariensis, pesquisadores ainda descrevem a lIex paraguariensis varo vestita, conhecida popularmente como erva-mate peluda, com ocorrência em Minas Gerais, Paraná e São Paulo; e a lIex paraguariensis varo sincorensis, que foi relatada em Serra de Sincorá, na Bahia. Com isso, a variedade genética do germoplasma de erva-mate deve ser de fato grande (Resende et aI., 2000).

O produto oriundo de ervais nativos têm obtido preço melhor do que aquela proveniente de ervais à céu aberto, pois o consumidor tem preferido a nativa por proporcionar um sabor mais suave ao chimarrão. Porém, estimativas indicam que é possível produzir chimarrão de sabor suave em ervais solteiros, bem como plantas mais resistentes a pragas e a doenças, como também à queda de folhas, que pode diminuir em até 30% a produção de massa foliar. Por outro lado, o cultivo da erva-mate orgânica, sem o uso de agrotóxicos e de fertilizantes químicos, abre a perspectiva para a seleção de genótipos produtivos e menos exigentes em nutrientes minerais. A obtenção de novos produtos dessa espécie consiste, também, num importante segmento para novas pesquisas (STURION & MENDES, 1995).



Partindo do pressuposto de que o patrimônio histórico-cultural integra os sistemas simbólicos de determinada sociedade, monumentos e ações neste sentido demostram que estão intimamente ligados à luta de representações entre as elites locais.
Essas disputas simbólicas 2 constituem uma “teia de relações de poderinvisíveis 3”e de disputas pelo poder simbólico. Pierre Bourdieu (1989, p. 7-8) definiu o “[...]poder simbólico como o poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem.”

Em outras palavras, o poder simbólico é o poder que atua na construção da realidade, criando consensos, fabricando verdades e discursos, semeando conformismos e legitimando as dominações vigentes. Portanto, são poderes que atuam no campo das representações sociais, particularmente nos sistemas simbólicos 4 .

Na sua acepção dicionarizada, a palavra patrimônio significa “herança paterna”ou “bens pertencentes à uma pessoa, uma família, uma instituição ou à coletividade”. No entanto, jáháalgum tempo o termo patrimônio vem sofrendo uma ampliação do seu termo.
Um símbolo é composto pela relação dos seus significantes (imagens, palavras...) e os seus significados (representações, significações). Nesse sentido, podemos caracterizar um monumento, uma estátua, um busto ou mesmo uma simples placa comemorativa como um significante

FLAUSINO, Márcia Coelho. A voz rouca das manchetes: como Veja mostrou os
Sem-Terras em suas capas. In: COSTA, Cléria Botêlho da; MACHADO, Maria Salete
Kern (Orgs.) Imaginário e história. Brasília: Paralelo 15, 1999.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. O imaginário da cidade: visões literárias do urbano –
Paris, Rio de Janeiro, Porto Alegre. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1999.
OLIVEIRA, Y. M. M. de; ROTTA, E. Área de distribuição geográfica nativa de erva-mate (lIex paraguariensis St. Hil.). In: SEMINÁRIO SOBRE ATUALIDADE E PERSPECTIVAS FLORESTAIS, 10.: Silvicultura da erva-mate (lIex paraguariensis St. Hil.), 1983, Curitiba. Anais. Curitiba: EMBRAPA-CNPF, 1985. p. 17-36. (EMBRAPA-CNPF. Documentos, 15).
RESENDE. M. D. V. de; STURION, J. A.; MENDES, S. Genética e melhoramento da erva-mate (lIex paraguariensis St. Hil.), Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1995. 33 p. (EMBRAPA-CNPF. Documentos, 25).
WINGE, H.; DA GROCE, D.; MAZUCHOVSKI, J .Z. Diagnóstico e perspectivas da erva-mate no Brasil. Chapecó. EPEGRI / UFRS / EMATER-PR, 1996. 27 p.
RESENDE. M. D. V. de; STURION, J. A.; MENDES, S. Genética e melhoramento da erva-mate (lIex paraguariensis St. Hil.), Colombo: EMBRAPA-CNPF, 1995. 33 p. (EMBRAPA-CNPF. Documentos, 25).
Thompson, E. P. As peculiaridades dos ingleses e outros estudos. Campinas, Edunicamp, 2001, p. 263. 20 Jorge Ferreira. “O nome e a coisa: o populismo na política brasileira”. In O populismo e sua história.
MAHEIRIE, Kátia. Agenor no Mundo: um Estudo Psicossocial da Identidade. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1994.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Câmaras setoriais da erva-mate nacional, gaúcha, catarinense e paranaense

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Fomentar a produção e a diversificação são temas que ganham força nas discussões internas das câmaras setoriais da cadeia produtiva da erva-mate mantidas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.Enquanto que em dez de dezembro ocorreu a primeira reunião da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva de Erva-mate, no Ministério da Agricultura, em Brasília. A organização do setor passa fundamentalmente pela produção de alimento seguro, rastreabilidade e profissionalização no cultivo da erva-mate. A produção de um alimento seguro tem a ver com os cuidados para evitar a contaminação química, física e biológica. É preciso levar para o setor a rastreabilidade, que é controle do produto desde a origem, na propriedade, até o consumidor. O chimarrão, o tereré e o chá-mate são, pela ordem, os principais produtos da cadeia produtiva.

A Câmara Setorial da Erva-mate do Rio Grande do Sul foi criada em três de fevereiro de 1997 por meio do decreto número 37.191. Em diversos momentos a entidade precisou ser recriada, foi assim em nove de dezembro de 2003, depois a partir do decreto de número 48.978 em três de abril de 2012 e reativada e 14 de dezembro de 2014. A Câmara Setorial da Erva-mate foi criada para promover discussões necessárias para o delineamento de planos, programas e projetos, identificando gargalos, desafios e oportunidades, contribuindo com a formulação de políticas públicas afins.

O órgão possui ainda o desafio de articular entre os setores público e privado a construção, o planejamento e implementação dos instrumentos institucionais para a promoção do desenvolvimento tecnológico, produtivo e sustentável da cadeia da erva-mate. Ainda, a Câmara Setorial da Erva-mate tem a função de viabilizar a implementação de acordos técnicos e de cooperação inter-regionais, interestaduais e internacionais relacionados ao tema erva-mate. For fim, cabe a entidade consultiva desenvolver prospecção de mercado interno, exportações, importações, e relações com o Mercosul no âmbito de suas competências, buscando fortalecer, proteger e garantir o equilíbrio e a competitividade de toda a cadeia produtiva.

Em 2013, também foi reativada a Câmara Setorial da Erva-mate do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural de Santa Catarina. O setor está buscando maior organização para enfrentar as crises e desenvolver toda a cadeia produtiva. O Conselho define as prioridades dos setores e os recursos a serem aplicados nas áreas agrícola, pecuária, florestal e pesqueira e, ainda, os critérios de aplicação das verbas do Fundo de Desenvolvimento Rural. Segundo dados do governo do estado, Santa Catarina produz 104 mil toneladas/ano, reunindo em toda sua cadeira produtivo 19 mil produtores, 85 indústrias, oportunizando mais de 176 mil empregos diretos em 140 municípios, mas que estes números precisam ser confirmados para que o setor tenha condições de receber mais apoio dos governos do Estado, Federal e de entidades internacionais.

Já em 27 de novembro de 2009 foi instituída a Câmara Técnica da Erva-mate no Paraná. Pela justificativa do governo do estado daquele estado, com câmara técnica, a cadeia produtiva do mate terá um fórum adequado para discussões e propostas de avanços para o setor. Entre os debates que são fomentados no órgão estão a inclusão da cultura da erva-mate entre os cultivos florestais para recomposição da reserva legal na região sul do Paraná. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Paraná a cultura está presente em mais de 150 municípios.

Arvorezinha: Terra da Erva-mate e do Melhor Chimarrão

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Arvorezinha é conhecida como Terra da Erva-mate e do Melhor Chimarrão. Arvorezinha é um município que sempre teve destaque no setor ervateiro, pois em termos de solo e clima para a produção de erva-mate suave ao natural.

A administração municipal, comunidade local e Associação Comercial Industrial e Serviços Agropecuários de Arvorezinha promovem a Festa Nacional da Erva-mate, a Femate. O foco são as potencialidades do município e região a partir da importância da cultura e da erva-mate para a economia local, regional e nacional.

A primeira edição ocorreu 1971 e a segunda foi promovida após 33 anos. Após a retomada, a Femate é realizada a cada dois anos. Desde 2014, a Femate é realizado no Parque Municipal de Eventos que possui área superior 36 metros quadrados. Naquela edição 30 mil pessoas passaram pelo evento. Nesse mesmo ano a passou a contar com caravanas do setor ervateiro provenientes da do Uruguai, do Paraguai e da Argentina.

Rota da Erva-mate - A erva-mate inspirou a formação da Rota da Erva-mate, que é constituída por dez municípios que são Anta Gorda, Arvorezinha, Coqueiro Baixo, Doutor Ricardo, Encantado, Ilópolis, Itapuca, Nova Bréscia, Putinga e Relvado. No percurso de aproximadamente 80 quilômetros, o turista encontra um conjunto de atrativos turísticos acompanhado de belas paisagens naturais emolduradas entre vales e morros. É possível visualizar cada etapa da produção, desde a chegada da matéria-prima, a secagem nos fornos gigantes até o empacotamento. A região concentra indústrias que secam as folhas para a produção da matéria prima do chimarrão e para a produção de cosméticos.


Saiba mais informações sobre Femate

Sec. de Turismo e Cultura (51) 3772-1247

Acisar/CDL (51) 3772-2305

http://www.femate.com.br/

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Festa Nacional do Chimarrão

A partir do slogan “A festa com o sabor do Rio Grande’, a cada dois anos é realizado em Venâncio Aires a Festa Nacional do Chimarrão. A Fenachim chegou em 2016 a décima quarta edição e celebrou os 30 anos de uma história dedicada a um dos maiores símbolos do Rio Grande do Sul. Naquele ano o principal evento da cidade foi realizado de cinco a oito e de 11 a 15 de maio de 2016.

Apresentações artísticas, exposições industriais e comerciais e mostra cultural integram a programação. Mas as atrações em torno d mate amargo são crescentes. O evento é sempre realizado no Parque Municipal do Chimarrão.  A festa tem ainda café colonial, casa da Galinhada – que faz jus ao prato típico de Venâncio Aires; e cardápios à la carte baseado na gastronomia gaúcha. A Fenachim 2016 teve shows nacionais e nativistas e movimentou R$ 1,5 milhão em negócios com 262 expositores.

A Fenachim, idealizada no início da década de 1980, nasceu a partir da Festa Municipal do Chimarrão, instituída pela lei municipal 666, de seis de maio de 1970. É que naquela época se pretendia realizar o evento de quatro em quatro anos. Porém, apenas duas edições ocorreram: em 1971 e 1976.

O parque para promoção do evento, às margens do Acesso Imperatriz Dona Leopoldina, foi adquirida em 1984. A primeira Fenachim foi realizada de primeiro  11 de maio de 1986. Na segunda edição, em 1988, foi inaugurado o pórtico de Venâncio Aires e o evento propunha um brinde entoado pelo “chim chim chimarrão”. Em 1991 foi promovida a terceira edição e lançado o mascote “Venancito”. Enquanto que a quarta festa foi promovida em 1994, a quinta em 1996 e a sexta em 1998.

A sétima edição foi promovida em 2000  quando foi promovido o Roteiro do Chimarrão ou “Ruta del Mate”. Entre os atrativos estavam ervais localizados no interior do município. No evento de número oito, em 2003, foi criado o chimarródromo, espaço que durante a festa conta com a  Escola do Chimarrão e shows nativistas. A nova edição foi promovida em 2006, a décima em 2008, a décima primeira em 2010, em 2012 foi realizada a festa de número 12; em 2014 foi promovida a décima terceira edição e foi realizada pela primeira vez o concurso que elegeu a “Soberaninha”, jovem que acompanha as soberanas em alguns eventos da festa.