Doenças já erradicadas no Brasil voltaram a ser motivo de preocupação. Baixas coberturas vacinais, seja em crianças ou adultos, acendem "uma luz vermelha". Surto de sarampo reforça o alerta para que os países do Mercosul aumentem a cooperação, também nessa área, para estancarem a reintrodução de doenças já eliminadas na região, o que incluí ainda a poliomielite, rubéola, difteria e tétano. Mas também constam na lista de preocupação a meningite.
Uma série de fatores compromete o sucesso da imunização no país. A dificuldade multifatorial evolve também a faixa etária em questão. Mas são as vacinas básicas, que acabam sendo, cada vez mais, negligenciadas. Os prejuízos causados pela falta de vacinação já estão se tornando realidade.
São fatores preponderantes a falta de conhecimento sobre doenças consideradas erradicadas, a divulgação de fake news via redes sociais e os horários limitados de funcionamento de postos de saúde.
Uma das informações falsas que circulam na internet é a que diz que vacinas causam autismo.
Apesar da vacina ser a principal forma de prevenção dessas doenças, ainda há uma resistência, por parte da população, pela vacinação. Prevenção é uma coisa complicada e complexa. Cobertura vacinal é sinônimo de ação coletiva. E as pessoas estão cada vez mais individualizadas para se engajar numa ação coletiva.
Com a desinformação, o chamado movimento antivacina, formado por grupos que se recusam a vacinar os filhos ou a si próprios, ganhou força e vem afetando toda a sociedade. Criada há mais de 200 anos, quando foi descoberta a fórmula da vacina para combate à varíola na Europa, as vacinas estimulam a produção de anticorpos contra determinado vírus e por isso mesmo sua descoberta pode ser considerada umas questões mais revolucionarias da medicina.
Não vacinar os filhos é uma prática ilegal no Brasil. O Estatuto da Criança e do Adolescente garante a todas as crianças o direito à saúde e torna obrigatória a vacinação. Mais do que um gesto de amor e cuidado, manter o calendário de imunização dos filhos atualizado é um dever de todo pai ou responsável.
domingo, 6 de outubro de 2019
terça-feira, 23 de julho de 2019
Quem foi o Barão do Serro Azul
Ele foi industrial, político e ardoroso patriota. A
trajetória do Barão do Serro Azul, Ildefonso Pereira Correia (1845-1894), se
confunde com a própria história do desenvolvimento do Paraná.
Após a conclusão dos estudos retornou ao Paraná em 1865 e
foi enviado pela família a Montevidéu e Bueno Aires, com o objetivo de conhecer
os principais mercados consumidores da erva-mate paranaense que naquele período
sofria com o descrédito desses mercados, pois a erva-mate paranaense possuía
muitas misturas que denegriam a qualidade final do produto.
Naquela época, final do século 19, o barão já diversificava
seus negócios. Com uma esplêndida visão empresarial, muito avançada para sua
época, logo lhe sorriram o sucesso e a fortuna. Absorveu todas as inovações
tecnológicas que surgiam e não eram assimiladas pelas demais empresas
ervateiras.
Possuía, em Morretes, um engenho de erva-mate e chegou a ser
o maior exportador do produto no estado do Paraná. Lançou a marca Ildefonso que
passou a ser muito apreciada nos mercados platinos e do Chile pelo esmero na
produção. Em 1875 ganhou o seu primeiro prêmio em exposição brasileira pela
qualidade do produto e em 1876 foi expositor em Chicago de sua erva-mate
recebendo elogios.
Depois de transferir suas atividades para Curitiba, instalou
a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da indústria da erva-mate e
do café, o que lhe rendeu grande influência no meio empresarial. Na produção de
erva-mate, implantou um sistema que associava máquina a vapor a equipamentos
inovadores. Pelo esforço, na divulgação
da erva-mate, recebeu em 1887, do Presidente da França, a Medalha do Mérito
Agrícola.
Na política, foi eleito várias vezes tanto vereador em
Curitiba, quanto deputado estadual. Na passagem pelo poder executivo, assumiu
cargos correspondentes ao de secretário de Educação e vice-governador. Em 1888,
Correia recebeu o título de Barão do Serro Azul do imperador Dom Pedro II.
Enquanto deputado conseguiu que fosse sancionada lei que em
1887 criou a Associação de Propaganda da Erva-Mate. A presidência foi confiada
Ildefonso Pereira Correia não por ter sido o autor do projeto, mas pelo
conhecimento e visão que adquirira, nesse setor, ao longo de uma intensa
atividade empresarial além das fronteiras nacionais.
Associação cumpriu sua função de propagadora da erva-mate,
porém, devido à concorrência do mate paraguaio e argentino ambos mais baratos
que o paranaense, por volta do ano de 1900, a lei foi revogada e a Associação
encerrou suas atividades, em um momento que Ildefonso, já havia falecido há
seis anos.
quinta-feira, 18 de julho de 2019
'Princesinha dos Ervais' e seu museu histórico
Carinhosamente chamada de ‘Princesinha dos Ervais’, a cidade de Ponta Porã, leva este ‘apelido’ devido às plantações de erva-mate, fundamentais para a economia do município e do estado na época.
Quem retrata esse período é Museu da Erva-Mate Santo Antônio.
Fundado em 1997 pelo industrial José Benites Cardenas, o seu acervo possui réplicas de instrumentos do início da industrialização da erva-mate, fotografias, vídeos, utensílios domésticos, material impresso, documentos, mobiliário, armas, máquinas, entre outros.
A extração da erva-mate e a colonização do cone sul de Mato Grosso do Sul o museu abriga livros, fotos e especialmente instrumentos e peças antigas relativas ao trabalho ervateiro na fronteira do Brasil com o Paraguai. A instituição espelha e retrata a cultura Ponta Porã como o maior abrigo da saga da erva-mate na região de fronteira.
Os visitantes, além de conhecer o acervo do museu, podem consultar uma biblioteca que possui mais de 900 livros e obras específicas sobre o assunto tema do museu. Apesar de ter como tema a evolução da erva-mate na região fronteiriça, o museu não aborda apenas isso. No museu é possível, ainda, conhecer uma réplica de um barbaquá, instrumento usado na secagem da erva-mate.
Antes da Guerra do Paraguai, a cidade era uma região habitada somente por indígenas Nhandevas e Kaiowás. Aos poucos foi se formando o povoado, com o nome de Punta Porá, por ser o local favorito dos carreteiros que faziam o transporte da erva-mate. Situada na fronteira seca do Brasil com o Paraguai, Ponta Porã foi uma das cidades que mais sofreu com a Guerra do Paraguai que lá deixou marcas bem profundas.
Quem retrata esse período é Museu da Erva-Mate Santo Antônio.
Fundado em 1997 pelo industrial José Benites Cardenas, o seu acervo possui réplicas de instrumentos do início da industrialização da erva-mate, fotografias, vídeos, utensílios domésticos, material impresso, documentos, mobiliário, armas, máquinas, entre outros.
A extração da erva-mate e a colonização do cone sul de Mato Grosso do Sul o museu abriga livros, fotos e especialmente instrumentos e peças antigas relativas ao trabalho ervateiro na fronteira do Brasil com o Paraguai. A instituição espelha e retrata a cultura Ponta Porã como o maior abrigo da saga da erva-mate na região de fronteira.
Os visitantes, além de conhecer o acervo do museu, podem consultar uma biblioteca que possui mais de 900 livros e obras específicas sobre o assunto tema do museu. Apesar de ter como tema a evolução da erva-mate na região fronteiriça, o museu não aborda apenas isso. No museu é possível, ainda, conhecer uma réplica de um barbaquá, instrumento usado na secagem da erva-mate.
Antes da Guerra do Paraguai, a cidade era uma região habitada somente por indígenas Nhandevas e Kaiowás. Aos poucos foi se formando o povoado, com o nome de Punta Porá, por ser o local favorito dos carreteiros que faziam o transporte da erva-mate. Situada na fronteira seca do Brasil com o Paraguai, Ponta Porã foi uma das cidades que mais sofreu com a Guerra do Paraguai que lá deixou marcas bem profundas.
Guayusa, a planta parente da erva-mate
A guayusa é uma planta parente da erva-mate encontrada na
parte amazônica do Equador. Com mais cafeína do que o próprio café, ela que vem
ganhando espaço no mercado internacional. O cultivo é antigo, mas a produção
comercial é bem mais recente e tem a ver com o aumento do interesse pela planta
no mercado internacional, especialmente dos Estados Unidos.
A Fundación Los Alidados, uma associação equatoriana que
reúne agricultores, tem como objetivo mostrar que a guayusa pode ser um exemplo
de produto que rende dinheiro sem devastar a floresta. Eles possuem uma linha
de produção montada com o apoio de uma fundação com sede nos EUA.
Existe um cuidado sanitário com o produto que é focando no
orgânico. a planta tem mais cafeína do que o café e muita teobromina,
substância também presente no cacau. Esses dois componentes dão energia para
quem busca uma vida saudável.
É um excelente antioxidante, anti-inflamatório, antiviral,
ajuda no processamento de açúcares, e isso faz com que a folha seja tão interessante
de se cultivar. Entre os americanos, a erva já é encontrada em supermercados,
na forma de chá ou como ingrediente de bebidas energéticas.
A nova era da guayusa como produto não elimina antigas
tradições dos índios equatorianos, especialmente entre etnia kíchwas. Uma delas
ocorre antes mesmo do amanhecer: a guayusada. As pessoas recebem uma porção do
chá da erva e começam a conversar entre si. Os nativos dizem que é hora de
planejar o dia que vai nascer, contar histórias, revelar sonhos, interpretar
sonhos.
É a hora dos mais velhos darem conselhos para os mais novos.
Sem esquecer do valor estimulante que o chá tem para enfrentar o dia. Antes de
beber, os homens fazem um bochecho e soltam o líquido no ar, num borrifo.
Os
índios acreditam que a erva é um presente da divindade suprema e que eles jogam
para o alto para que essa dádiva caia sobre eles. Além disso, eles garantem que
líquido serve como proteção contra cobras. E a guayusa é só uma das fontes de
conexão entre o material e o espiritual.
domingo, 7 de julho de 2019
Chimarrão e Alvorada
Uma das cidades mais populosas do Rio Grande do Sul agora
possui seu Dia Municipal do Chimarrão. A data é lembrada no mesmo dia em
transcorre o Dia Estadual do Chimarrão, em 24 de abril. Dentro das atividades
promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura, está o projeto Chimarreando na
Praça.
O evento que ocorre na praça João Goulart, a central da
cidade, fica na avenida Presidente Vargas. A praça passou por uma grande
reforma em 2017 e atualmente, além de quadras esportivas e palco para diversos
shows, é onde fica o chimarródromo.
Esse chimarródromos é tido como um dos mais tradicionais do
Rio Grande do Sul. O Chimarródromo Municipal fornece água quente e fria de
forma gratuita. A água quente é fornecida a uma temperatura menor a 75º. Ele já
passou por diversas administrações municipais e reformas, mas firme permanece.
Na época de sua inauguração, o Chimarródromo Municipal, em
19 de dezembro de 2010, foi anunciado como sendo o maior do segmento no Brasil
ao proporcionar, principalmente maior comodidade, aos frequentadores da praça
central no momento de prepararem seu tradicional mate.
Os Serranos> Tributo ao Chimarrão
É caixa de ressonância primitiva do meu pampa
Carregas em tua estampa as tradições do meu pago
Quando te sorvo amargo, tu aqueces minha garganta
E o meu peito se agiganta te bebendo trago e trago
Por isso quando eu morrer quero que tenha mateada
E que desde a alvorada corra frouxo o chimarrão
Pois pra mim significa e cuia de mão em mão
Cada verso que eu cantei nos fandangos de galpão
(Dá de mão nessa chaleira
E ceva logo um chimarrão
Que o sul deste país
Tem civismo e tradição)
Hoje vive nos galpões e ranchos do povoado
Testemunho do passado às futuras gerações
E quando mateio sinto o gosto da minha querência
Água pura que é a essência de caras recordações
Oh, velha cuia redonda de pátrias continentinas
Trazes o calor das chinas que comigo já matearam
E cada mate sorvido tem ajoujo com a saudade
Que hoje minha alma invade nas lembranças que ficaram
Carregas em tua estampa as tradições do meu pago
Quando te sorvo amargo, tu aqueces minha garganta
E o meu peito se agiganta te bebendo trago e trago
Por isso quando eu morrer quero que tenha mateada
E que desde a alvorada corra frouxo o chimarrão
Pois pra mim significa e cuia de mão em mão
Cada verso que eu cantei nos fandangos de galpão
(Dá de mão nessa chaleira
E ceva logo um chimarrão
Que o sul deste país
Tem civismo e tradição)
Hoje vive nos galpões e ranchos do povoado
Testemunho do passado às futuras gerações
E quando mateio sinto o gosto da minha querência
Água pura que é a essência de caras recordações
Oh, velha cuia redonda de pátrias continentinas
Trazes o calor das chinas que comigo já matearam
E cada mate sorvido tem ajoujo com a saudade
Que hoje minha alma invade nas lembranças que ficaram
terça-feira, 25 de junho de 2019
Quatros dicas para deixar o chimarrão ainda mais saboroso
Há pessoas que só iniciam o dia depois de beber o mate amargo,
tem também aquelas que não dispensam a bebida ao fim do dia, curtindo o pôr do
sol ou na varanda de casa com a sensação de dever cumprido. O chimarrão é uma
instituição dos gaúchos – não é à toa que “matear” já se tornou um verbo.
Passar a cuia de mão em mão é um momento de união e
aconchego. Do ponto de vista social, servir um mate a um visitante demonstra a
hospitalidade do gaúcho, o quão confortável e aberto ele é para uma prosa. Esse
costume faz com que todos se sintam em casa e acolhidos. Um gesto simples, mas
que diz muito sobre as pessoas do sul do Brasil.
Abaixo, cinco detalhezinhos que podem deixar teu chimas
ainda mais saboroso:
A cuia - Existem dois modelos mais comuns. As uruguaias,
também chamadas de gajeta ou coquinhos, são menores e mais usadas quando se
quer tomar o mate sozinho. Além disso, elas têm a vantagem de possibilitar um
consumo rápido, antes que a água esfrie. A cuia gaúcha, ou bago de toro, é
aquela que é desenhada pelo porongo. Geralmente tem um pescoço curto e o fundo
mais arredondado. São as mais tradicionais e muito utilizadas quando se
compartilha o chimarrão.
A bomba - A bomba deve ser preferencialmente de aço
inoxidável, pois não deixa gosto e não interfere na bebida.
A água - Três fatores devem ser levados em conta quando
servimos a água. Em primeiro, a qualidade, ela deve ser mineral ou filtrada. Em
segundo, a quantidade, que também é importante. Se houver pouca água, o mate
pode entupir. O certo é preencher a cuia até o pescoço. A temperatura deve ter
em torno de 70 graus para que não queime a erva, mantendo o sabor e as
propriedades benéficas.
A erva - É preciso cuidar a data de fabricação da erva,
quanto mais nova melhor. Ela deve ser sempre armazenada no freezer, por ser
sensível e se modificar muito com o tempo. As baixas temperaturas mantêm por
mais de dois anos os sabores originais da erva-mate.
Único prédio que restou da sede da Matte Leão em Curitiba é reformado
Único prédio que restou da sede da Matte Leão em Curitiba é
restaurado para abrigar escritórios e salas de reunião da Igreja Universal do
Reino de Deus (IURD), proprietária do terreno em que a edificação está situada.
A Unidade de Interesse de Preservação (UIP) fica na esquina da Rua Piquiri com
a Avenida Getúlio Vargas.
A Igreja Universal informou que o objetivo “revitalizar o
prédio e adequar os ambientes internos para uso, preservando a concepção
original da edificação quanto à volumetria, cobertura, fachadas, vãos e
esquadrias e detalhes arquitetônicos”.
O prédio é uma peça sobrevivente de um conjunto de estilo
industrial, é quase um testemunho do que aconteceu. E daí tem a questão
econômica, do quanto o mate foi importante para o estado e para Curitiba.
Precursora da Matte Leão, a Leão Júnior foi fundada por
Agostinho Ermelino de Leão Júnior em 1901, pegando carona no ciclo do mate,
base da economia paranaense até o fim da década de 1920, quando houve a queda
da bolsa de Nova York. Durante boa parte deste primeiro período da empresa, ela
foi comandada por Maria Clara de Abreu Leão, esposa de Agostinho Ermelino, que
assumiu a Leão Júnior em fevereiro de 1908, após a morte de seu marido.
Mesmo enfrentando adversidades, como três incêndios
diferentes em sua fábrica, a Leão Júnior chegou à liderança do setor,
exportando mais de 5 mil toneladas por ano para países como Argentina, Chile e
Uruguai.
Inicialmente, apenas o mate verde era vendido. Nos anos
1940, quando surgiu o mate tostado, a marca Matte Leão foi adotada. O período
de ouro do mate havia passado, mas a dificuldade para conseguir chá do exterior
durante a guerra fez com que a empresa curitibana ampliasse sua presença no
Brasil. Nas décadas seguintes, outros produtos foram lançados, como Matte Leão
solúvel e chá em saquinhos, adaptando a marca às mudanças nos hábitos de
consumo. Na década de 1990, vieram os chás em lata, garrafa pet e copo selado.
Em 2007, a Leão Junior passou a integrar o Sistema Coca-Cola
Brasil e, em 2012, passou a se chamar Leão Alimentos e Bebidas.
Como reaproveitar a erva-mate após o uso
Quem reside em casas, pode usar a erva utilizada, ou como o
gaúcho diz lavada, como adubo, porém o ideal é fazer compostagem. Se você
reside em apartamento, coloque a erva em sacola separada para não contaminar os
resíduos possíveis de reciclagem.
A árvore da erva-mate tem raízes profundas e isto facilita a
captação de elementos que normalmente não há nos outros vegetais usados e
compostagem. Esses elementos são magnésio, ferro, tiamna, vitamina B6 e C etc.
Fazendo isso, você está ajudando as pessoas que vivem da
reciclagem e contribuindo para um bom meio ambiente, a nossa grande casa.
Erva brasileira, argentina e uruguaia
O mate tem a mesma planta na origem, mas o processamento de folhas e caules é diferente. No processo brasileiro, após a colheita da planta, ela é desidratada, passada pelo calor do fogo e estirada em canchas para terminar a secagem.
Em seguida, é triturada ou socada. Ou seja, entre a colheita e o empacotamento pode-se levar entre 48 e 72 horas. Os brasileiros são bastante exigentes quanto à qualidade da erva. O produto deve estar sempre “bem verdinho” e, de preferência, recém-colhido.
Já os uruguaios e argentinos incluem um período de descanso da erva maior antes da moagem, podendo levar entre 12 e 24 meses após a colheita para chegar na casa do consumidor. Com isso, a coloração verde se enfraquece, e o sabor amargo se intensifica.
Ainda sobre a industrialização, na Argentina e no Uruguai o mate é mais amargo, com maior presença de talos e moagem mais grossa. Enquanto no Brasil, o mate é mais suave com mais folhas e moagem mais fina.
Os argentinos e os uruguaios têm o hábito de ter, cada qual, o seu mate próprio. Enquanto os brasileiros têm a tradição de “Roda de Chimarrão”, onde o mate circula entre os participantes.
Na hora de escolher, a dica para garantir a qualidade do chimarrão é optar pela embalada a vácuo, que conserva melhor, e verificar a data de validade.
Moída grossa, nativa ou pura folha: descubra qual é o seu tipo de erva-mate
A dita tradicional é triturada e fina. Propícia a pessoas
experientes em preparar o mate, pelo risco de entupir a bomba. A erva-mate
tradicional é utilizada tanto para chimarrão quanto para tererê, é feita
moendo-se uma mistura com 70% de folhas e 30% de caule. Tem um nível de amargor
intermediário.
A moída grossa foi desenvolvida na indústria para facilitar
a vida de quem sofria com chimarrão entupido. Como o nome diz, a variedade é
mais grossa do que a comum e tem sabor mais forte. Pela facilidade no preparo
da bebida, é uma das mais usadas. E, por ser mais granulada, é ideal para quem
está aprendendo a fazer chimarrão.
A Pura Folha é sabor forte e amargo. Não possui palito,
somente folhas das plantas moídas e trituradas. O processamento é feito
exclusivamente com as folhas da planta, deixando o sabor mais amargo entre os
tipos já citados. É mais consumido na Argentina e, geralmente, funciona melhor
em cuias de formato coco, pois a quantidade de erva nesses recipientes é menor.
Vem ganhando adeptos a mistura da erva tradicional com
essências ou chás, como verde, anis, hibisco e gengibre. Outras carqueja,
camomila, funcho, erva-doce, cidreira, bergamota e hortelã (bastante usado no
inverno). Ainda sobre os compostos, eles são indicados para quem gosta de um
chimarrão com sabores diferenciados para desfrutar dos benefícios que só as
propriedades medicinais dos seus constituintes.
Bebida consumida gelada e quente, o tererê é a erva
granulada e pode conter essências cítricas. A bebida, que faz parte da rotina
dos povos da América do Sul, vem cada vez mais sendo adotada pelos gaúchos
durante o verão, substituindo o chimarrão.
Erva-mate é opção no tingimento natural de roupas
Tempo, água quente, erva seca da planta oficial do Rio
Grande do Sul são misturados e fervidos. Os pigmentos, sem utilizar produtos
químicos, são coados e as peças mergulhadas nas peças de roupas. É um processo
demorado, feito à mão e com cuidado.
O tingimento pode levar até três horas. E não há
padronização das tonalidades, fazendo com que cada peça seja única. Vem daí a
identificação da técnica natural com o movimento chamado de slow fashion, moda
feita em pequena escala, com maior tempo para a confecção e preocupação com
todas as etapas da produção.
O movimento prega que as peças tenham tempo de vida maior,
garantido tanto por designs atemporais quanto pela qualidade das
matérias-primas utilizadas. Para a fixação dos pigmentos, mordentes
(substâncias para durabilidade da cor) naturais como tanino e ácido cítrico são
adicionados aos banhos quentes.
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