terça-feira, 23 de julho de 2019

Quem foi o Barão do Serro Azul


Ele foi industrial, político e ardoroso patriota. A trajetória do Barão do Serro Azul, Ildefonso Pereira Correia (1845-1894), se confunde com a própria história do desenvolvimento do Paraná.

Após a conclusão dos estudos retornou ao Paraná em 1865 e foi enviado pela família a Montevidéu e Bueno Aires, com o objetivo de conhecer os principais mercados consumidores da erva-mate paranaense que naquele período sofria com o descrédito desses mercados, pois a erva-mate paranaense possuía muitas misturas que denegriam a qualidade final do produto.

Naquela época, final do século 19, o barão já diversificava seus negócios. Com uma esplêndida visão empresarial, muito avançada para sua época, logo lhe sorriram o sucesso e a fortuna. Absorveu todas as inovações tecnológicas que surgiam e não eram assimiladas pelas demais empresas ervateiras.

Possuía, em Morretes, um engenho de erva-mate e chegou a ser o maior exportador do produto no estado do Paraná. Lançou a marca Ildefonso que passou a ser muito apreciada nos mercados platinos e do Chile pelo esmero na produção.  Em 1875 ganhou o seu primeiro prêmio em exposição brasileira pela qualidade do produto e em 1876 foi expositor em Chicago de sua erva-mate recebendo elogios.

Depois de transferir suas atividades para Curitiba, instalou a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da indústria da erva-mate e do café, o que lhe rendeu grande influência no meio empresarial. Na produção de erva-mate, implantou um sistema que associava máquina a vapor a equipamentos inovadores.  Pelo esforço, na divulgação da erva-mate, recebeu em 1887, do Presidente da França, a Medalha do Mérito Agrícola.

Na política, foi eleito várias vezes tanto vereador em Curitiba, quanto deputado estadual. Na passagem pelo poder executivo, assumiu cargos correspondentes ao de secretário de Educação e vice-governador. Em 1888, Correia recebeu o título de Barão do Serro Azul do imperador Dom Pedro II.
Enquanto deputado conseguiu que fosse sancionada lei que em 1887 criou a Associação de Propaganda da Erva-Mate. A presidência foi confiada Ildefonso Pereira Correia não por ter sido o autor do projeto, mas pelo conhecimento e visão que adquirira, nesse setor, ao longo de uma intensa atividade empresarial além das fronteiras nacionais.

Associação cumpriu sua função de propagadora da erva-mate, porém, devido à concorrência do mate paraguaio e argentino ambos mais baratos que o paranaense, por volta do ano de 1900, a lei foi revogada e a Associação encerrou suas atividades, em um momento que Ildefonso, já havia falecido há seis anos.

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