domingo, 5 de junho de 2016

Os municípios gaúchos que carregam a erva-mate no nome

A cultura da erva-mate está presente de forma literal no nome de alguns municípios. Os nomes são uma referência ao árvore símbolo do Rio Grande do Sul. Em algumas delas não existe mais resquício econômico ligado a essa cultura. Indiferente dos contrates, a memória comunitária dessas cidades contribui para a fixação do mito ligado ao chimarrão. Pelo menos sete são os municípios que fazem referência a erva-mate no nome. Três ficam na região do noroeste, outro na região metropolitana,  um sudeste e um de forma direta e outro por meio de citação indireta no centro oriental. Todos essas cidades possuem menos de dez mil habitantes. Mas ainda são dezenas de municípios que fazem jus a planta em brasões e hinos.

Desses municípios, o mais populoso é o Erval Seco que começou a ganhar forma a partir de 1900. A cidade era distrito à Palmeira das Missões. Antes de ganhar autonomia administrativa ainda foi distrito de Seberi. A partir de parte dos territórios de Seberi, Palmeira das Missões e Tenente Portela foi criado Erval Seco. A lei estadual que oficializou o novo município foi a 4.673, de 20 de dezembro de 1963. A origem do nome do município é resultado de um grande incêndio que queimou campos e ervais. Existiram movimentos para alterar o nome Erval Seco para Ervalópolis e Capitão Balbino, porém, os projetos não prosperaram.

Enquanto que Herval é um município com mais de seis mil habitantes e está localizado na microrregião de Jaguarão. O nome faz referência direta aos vastos matos de erva-mate encontrados naquela região no período da colonização. Hoje a vegetação nativa está dizimada. Na época da criação do município – 1881 -, erva era grafada com “h”. Nos símbolos oficiais, o destaque é o hino que faz referência clara o nome do município. “O verde da erva nos campos e montes (…)./ Herval tu nasceste do acampamento que a brasa eterna do fogo de chão”.

Santa Maria do Herval é outro município que foi criado tendo como alusão o nome a erva-mate. O nome Santa Maria do Herval é uma homenagem a Santa Maria, padroeira da primeira igreja construída na localidade. Também compõe a sua denominação a palavra "Herval" que ressalta uma característica da região, que é a abundância de ervais. Mas a palavra herval vem da tradução do termo “Teewald”, do dialeto alemão hunsrück falado pela maioria dos habitantes do município. Essa foi a primeira denominação da comunidade em que se instalaram os germânicos imigrantes por volta de 1844. Depois passou a ser conhecida como linha Herval até conseguir independência administrativa e política de São Leopoldo, por meio da lei estadual n° 8.634 de 12 de maio de 1988.

Na sequência, a partir do número de habitantes, figura o município de Erval Grande tem menos de seis mil habitantes, de acordo com o censo de 2000. O nome do município se deve ao cultivo em grande escala da erva-mate, existente na época da colonização. Os ervais nativos da época de 1926 não existem mais. A referência econômica ligada ao extrativismo da erva-mate nativa deixou de ser insignificante no contexto geral. Tanto é que hoje o município sustenta hoje o título de "Cidade das Azaleias". Porém, a alusão a erva-mate permanece no nome da cidade, no pórtico, no brasão, na bandeira e no hino. A canção oficial cita “Desce a balsa – corta a erva./ Colhe o fruto que brota do chão”. Em outro momento a letra da música diz ainda “Ao sorver tua seiva nativa./ No calor desta chama que aviva./ Sorvo a História”. A emancipação de Erechim foi autorizada por lei estadual em 1959.

Com cerca de três mil habitantes figura São José do Herval que foi instalado como município em primeiro de janeiro de 1989. Enquanto distrito pertenceu antes de virar município a Fontoura Xavier, quando a grafia ainda era São José do Erval. O termo herval deriva do fato de haver cultivo da planta de erva-mate. O território do município está relacionando a região do estado que era ocupada por indígenas charruas, tupis ou tupuias. São José do Herval pertence a microrregião de Soledade.

Na região centro oriental fica Herveiras, município que teve o povoamento iniciado no começo do século XIX. A partir de 1815 vieram os primeiros colonizadores germânicos e português. Os colonizadores estavam em busca de araucárias e de ervas gigantes, o que deu origem ao nome da cidade. Herveiras se emancipou de Sinimbu em 28 de dezembro de 1995, por meio da  1.0640.  São pontos turísticos reservas de araucária e cascatas e os principais produtos cultivados são tabaco, milho, feijão e erva-mate.

Destaque ainda para Ilópolis, município que fica na parte alta do Vale do Taquari. A cidade faz parte da microrregião de Guaporé. Seu nome deriva de Ilex paraguariensis (nome científico da erva-mate), e de polis (cidade, em língua grega), ou seja, Cidade da erva-mate. O município é o maior produtor gaúcho de erva-mate nativa e realiza a cada dois anos a Turismate. A cidade tem como slogan Terra da melhor erva-mate e da ecologia. No início do século XX surgiu a colônia de Itapuca, fundada pelo governo do estado. Em 1905 iniciou-se a colonização do atual município de Ilópolis, com a chegada de imigrantes. O distrito foi emancipado de Encantado pela lei 4687, de 26 de dezembro de 1963.

De forma indireta ainda pode ser citado município que também fica na região centro oriental rio-grandense, na microrregião de Santa Cruz do Sul. Apesar de não fazer referência direta a erva-mate no nome oficial do município, Ibarama significa em tupi-guarani “Terra das Árvores”. A erva-mate é classificada pela botânica como uma árvore e é um dos produtos de extração vegetal que aparece em destaque na economia local, a partir de dados do IBGE. No brasão também aparece uma ramo da planta. O município foi criado em 15 de dezembro de 1987 pela lei 8.485.

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