Ele foi industrial, político e ardoroso patriota. A
trajetória do Barão do Serro Azul, Ildefonso Pereira Correia (1845-1894), se
confunde com a própria história do desenvolvimento do Paraná.
Após a conclusão dos estudos retornou ao Paraná em 1865 e
foi enviado pela família a Montevidéu e Bueno Aires, com o objetivo de conhecer
os principais mercados consumidores da erva-mate paranaense que naquele período
sofria com o descrédito desses mercados, pois a erva-mate paranaense possuía
muitas misturas que denegriam a qualidade final do produto.
Naquela época, final do século 19, o barão já diversificava
seus negócios. Com uma esplêndida visão empresarial, muito avançada para sua
época, logo lhe sorriram o sucesso e a fortuna. Absorveu todas as inovações
tecnológicas que surgiam e não eram assimiladas pelas demais empresas
ervateiras.
Possuía, em Morretes, um engenho de erva-mate e chegou a ser
o maior exportador do produto no estado do Paraná. Lançou a marca Ildefonso que
passou a ser muito apreciada nos mercados platinos e do Chile pelo esmero na
produção. Em 1875 ganhou o seu primeiro prêmio em exposição brasileira pela
qualidade do produto e em 1876 foi expositor em Chicago de sua erva-mate
recebendo elogios.
Depois de transferir suas atividades para Curitiba, instalou
a infraestrutura necessária para o desenvolvimento da indústria da erva-mate e
do café, o que lhe rendeu grande influência no meio empresarial. Na produção de
erva-mate, implantou um sistema que associava máquina a vapor a equipamentos
inovadores. Pelo esforço, na divulgação
da erva-mate, recebeu em 1887, do Presidente da França, a Medalha do Mérito
Agrícola.
Na política, foi eleito várias vezes tanto vereador em
Curitiba, quanto deputado estadual. Na passagem pelo poder executivo, assumiu
cargos correspondentes ao de secretário de Educação e vice-governador. Em 1888,
Correia recebeu o título de Barão do Serro Azul do imperador Dom Pedro II.
Enquanto deputado conseguiu que fosse sancionada lei que em
1887 criou a Associação de Propaganda da Erva-Mate. A presidência foi confiada
Ildefonso Pereira Correia não por ter sido o autor do projeto, mas pelo
conhecimento e visão que adquirira, nesse setor, ao longo de uma intensa
atividade empresarial além das fronteiras nacionais.
Associação cumpriu sua função de propagadora da erva-mate,
porém, devido à concorrência do mate paraguaio e argentino ambos mais baratos
que o paranaense, por volta do ano de 1900, a lei foi revogada e a Associação
encerrou suas atividades, em um momento que Ildefonso, já havia falecido há
seis anos.