O principal problema ambiental do Brasil é a emergência do
saneamento básico. O foco principal da
reforma urbana deveria ser a implementação do saneamento básico nas cidades.
Ter acesso a esse benefício é fator essencial para um país poder ser chamado de desenvolvido. Saneamento trata de quatro questões: água, esgoto, drenagem
e resíduos sólidos.
Mesmo depois do boom imobiliário, que ocorreu na última década no país, o saneamento permanece esquecido. Deixamos de lado as políticas
públicas para esse fim, pois a reforma urbana é a luta de classes reconhecida
nas cidades, enquanto palco de relações sociais. No Brasil somos mais de 200
milhões de pessoas e o mais preocupante é que a maioria não possui sequer o esgoto
coletado nas suas residências.
Além de estudiosa do tema, a professora da USP, Ermínia
Maricato, que formulou a proposta de criação do Estatuto das Cidades e do
Ministério das Cidades, afirma que nas grandes cidades os rios e córregos são canais de esgotos. “A engenharia
brasileira disseminou o tamponamento de córregos com avenidas asfaltadas em
cima. Isso não resolve problema algum. Só piora, e é caro”.
A falta de investimento em saneamento e água tratada
favorece o aparecimento de variados tipos de doenças e mesmo internações hospitalares. São cinco
mil piscinas olímpicas de esgoto in natura sendo despejadas todos os dias – de
forma vergonhosa – nos corpos hídricos do Brasil. Os serviços de água tratada,
coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das
pessoas, sobretudo na saúde com redução da mortalidade infantil, mas também a valorização
dos imóveis e a preservação dos recursos hídricos como um todo.
Dados divulgados em 2016, mas referente a números de 2014, mostram que metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada no Brasil. Ainda segundo Instituto Trata Brasil apenas dois municípios, Belo Horizonte (MG) e Franca (SP), têm 100% de esgoto coletado. O índice (49,8%) coloca o Brasil em 11.º lugar no ranking latino¬americano deste serviço, atrás de países como Venezuela, Peru, Bolívia e Costa Rica.
Dados divulgados em 2016, mas referente a números de 2014, mostram que metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada no Brasil. Ainda segundo Instituto Trata Brasil apenas dois municípios, Belo Horizonte (MG) e Franca (SP), têm 100% de esgoto coletado. O índice (49,8%) coloca o Brasil em 11.º lugar no ranking latino¬americano deste serviço, atrás de países como Venezuela, Peru, Bolívia e Costa Rica.
A Lei 11.445 de 2007, a chamada “Lei do Saneamento” e demais
leis relacionadas trazem, desafios aos gestores e autoridades públicas, mas
também oportunidades para melhorar de forma significativa a situação da cidade. Cabe
aos governadores e prefeitos melhorarem a gestão técnico e financeira dos
operadores locais do saneamento, cobrar eficiência, cumprimento de prazos e
metas claras para a solução dos esgotos.
Não podemos normatizar ou se acostumar
com uma realidade que nos é hostil. Precisamos evitar que se alastre o efeito da normose brasileira, a patologia da normalidade. Não é
normal viver num país em que a maioria dos excrementos humanos se quer
são coletados. Não existe país no mundo que passou a ser desenvolvido sem
resolver o sistema de saneamento básico.
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